quarta-feira, 27 de março de 2013

Angola/NEPAD vai apresentar projectos ao BRICS, afirma Georges Chikoti



27 março 2013, AngolaPress http://www.portalangop.co.ao (Angola)
Durban (Do enviado especial) - O ministro angolano das Relações Exteriores, Georges Chikoti, afirmou hoje (quarta-feira), em Durban, que a Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD) deverá apresentar ao BRICS dez projectos de desenvolvimento, destinados a várias regiões do continente africano.

O governante falava, à imprensa angolana, depois de ter participado num encontro de concertação de lideres africanos convidados à Cimeira do BRICS, em Durban, África do Sul.

O NEPAD é o órgão da União Africana que analisa e estuda os projectos de desenvolvimento económico da instituição que agrupa todos países do continente.

"Os líderes africanos definiram que há projectos de desenvolvimento de países do continente, em número aproximado de meia centena, remetidos ao NEPAD para estudo, dos quais dez podem ser endossados ao BRICS para, eventual, financiamento", frisou Georges Chikoti.

Aferiu que, durante as discussões, constatou-se existirem, de facto, dez projectos viáveis, que não incluíam todas as regiões do continente, mas que a NEPAD propõe a sua análise, em função das prioridades.

Segundo Georges Chikoti, os líderes acordaram a incumbência ao chefe de Estado do Senegal, Macky Sall, também presidente do NEPAD, para apresentar os projectos passíveis de financiamento.

Informou que o encontro foi uma oportunidade para definir e consolidar uma relação de parceria estratégica entre os países membros do BRICS, nomeadamente Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Os chefes de estados africanos, ainda de acordo com o governante angolano, acham que essa relação deve ser mais institucionalizada e que se criem mais instituições as quais os países e empresários africanos possam recorrer, caso pretendam financiamentos específicos.

Acrescentou que, entre os dez projectos, foram identificados como prioritários programas ligados à construção de infra-estruturas, geração/transporte de energia e vias de comunicações.

A V Cimeira de chefes de Estado e de Governo do grupo BRICS prevê o lançamento de um banco que providenciará fundos para promoção de investimentos nos estados membros e em outros mercados emergentes.

A instituição está projectada para sustentar riscos financeiros, fornecer suporte para o desenvolvimento e reduzir a dependência económico-financeira, servindo de alternativa ao FMI e ao Banco Mundial, em termos de disponibilização de financiamentos, além de defender, activamente, o ingresso do BRICS e seus aliados nas negociações com as potências ocidentais sobre as reformas nas instituições financeiras internacionais.

A cimeira discute ainda formas de revitalização do crescimento global, garantia da estabilidade macroeconómica e de infra-estruturas, por um desenvolvimento sustentável.

O Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul são tidos, pelo Banco Mundial, como países capazes de impulsionar o crescimento económico global em cerca de 50 por cento, representando mais de 25 porcento da área geográfica do mundo, 43% da população mundial, 27% do poder de compra global, 45% da força de trabalho do mundo e 1/5 do produto interno bruto global.

Durante os trabalhos da manhã, de hoje (quarta-feira), foi também realizada uma sessão plenária, denominada Líderes BRICS - Fórum Diálogo com a África, que decorreu sob o tema BRICS e África: Parceria para o Desenvolvimento, Integração e Industrialaização.

A este fórum, destinado a desencadear o potencial África: BRIGS e a Cooperação nas Infra-estruturas, além de Angola, foram convidados outros países do continente considerados em franco desenvolvimento, como Moçambique, Cote d'Ivoire e Nigéria,
representados pelos respectivos chefes de Estado, designadamente, Armando Guebuza, Alassane Ouattara e Goodluck Jonathan.
  
Estão ainda em Durban, como convidados, os presidentes do Uganda, Yoweri Museveni, a exercer a liderança rotativa da Comunidade de África do Este e do Mercado Comum para África Oriental e do Sul COMESA, do Chade, Idriss Deby (presidente da CEEAC), e da Guiné Equatorial, Teodoro Nguema.

Os participantes propõem a dinamização e incrementação dos níveis de cooperação entre os estados emergentes, segundo observadores e peritos em matéria de desenvolvimento económico, participantes ao evento.

BRICS é um acrónimo que se refere aos países membros fundadores do grupo BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), a que se associou o "S" em 14 de Abril de 2011, com a adesão da África do Sul (em inglês: South África).

Tratam-se de países com estágio similar de mercado emergente, face ao desenvolvimento económico.

Apesar de o grupo ainda não ser um bloco económico ou uma associação de comércio formal, como a União Europeia, existem fortes indicadores de que têm procurado formar um "clube político" ou uma "aliança", e assim converter o "seu crescente poder económico numa maior influência geo-política".

Desde 2009, os seus líderes realizam cúpulas anuais.

 

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