20 de março de 2013, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) nunca declarou que o Iraque possuía armas de destruição em massa, afirmou nesta quarta-feira (20), no Cairo (capital do Egito), o antigo secretário-geral da entidade, Mohamed El Baradei.
“Dez anos depois, a guerra do Iraque continua sendo um ato de enganação”, afirma em sua conta de Twitter. El Baradei foi responsabilizado, na época, por supostamente haver apoiado a invasão feita pelos Estados Unidos, com apoio do Reino Unido.
Foi um indício de “um sistema de segurança global disfuncional, um sistema de justiça criminal inconsistente e um colossal desrespeito pelas vítimas civis”, disse o ex-secretário, que também é parte da oposição laica ao presidente egípcio, Mohamed Mursi.
As formulações de El Baradei adquirem relevância no contexto das ameaças estadunidenses e israelenses de agressão contra o Irã por seu programa nuclear (que alegam ter objetivos bélicos, para fabricar armas atômicas).
El Baradei adquiriu notoriedade internacional por sua relação com os acontecimentos prévios à invasão e ocupação militar da antiga Mesopotâmia pelas tropas estadunidenses e recebeu o prêmio Nobel da Paz em 2005.
Nas eleições presidenciais de junho passado, El Baradei candidatou-se, mas não teve êxito, e na segunda metade de 2012 integrou seu Partido Destour (Constitucional) à Frente de Salvação Nacional, uma agrupação de entendidades laicas e da esquerda oposta ferrenha ao governo egípcio.
Uma década depois da invasão que derrubou o presidente iraquiano Saddam Hussein, o Iraque tem sido um dos países mais inseguros e violentos do mundo e cenário cotidiano de atentados violentos.
Parte das tropas estadunidenses foi retirada do país árabe em 2011, depois de quase cinco mil soldados e uma quantidade similar de assessores civis terem morrido; muitos foram contratados para tarefas de inteligência através de empresas propriedade de privada, inclusive de pessoas do Governo estadunidense, entre eles o antigo vice-presidente Dick Chenney.
Na semana passada, o diplomata sueco Hans Blix declarou, na Áustria, a sua esperança de que Washington não repita no Irã o que cometeu com o ataque ao Iraque.
Blix foi chefe da comissão de inspetores da AIEA com El Baradei, cujas certificações facilitaram a invasão estadunidense, acometida pelo ex-presidente George W. Bush, sem autorização da ONU.
Com Prensa Latina
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