25 março 2013, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)
A criação da Zona Económica Especial (ZEE) da Beira vai fortalecer as relações entre Moçambique e a China e atrair investimento ao negligenciado centro do país, afirma a Economist Intelligence Unit (EIU).
A criação da ZEE da Beira (centro), denominada Mananga-Mungassa, envolve as autoridades moçambicanas e a empresa chinesa Dingsheng International Investment e junta-se a outras em projecto ou já em funcionamento no país, concretamente as do Corredor de Nacala e o Parque Industrial Beluluane, na Matola, arredores de Maputo.
O projecto “está em linha com a previsão de um crescimento das relações económicas com a China e de forte crescimento económico”, afirma a EIU no seu mais recente relatório sobre Moçambique.
Na sua previsão, os economistas da EIU afirmam que os investimentos da China e de outras economias emergentes, em particular nos caminhos-de-ferro e actividade mineira, “vão ajudar a fortalecer as relações bilaterais” e que as grandes reservas de gás natural vão atrair investidores internacionais de monta, além de novos parceiros comerciais, como os principais importadores asiáticos de energia.
O projecto surge numa altura em que estão a ter lugar grandes investimentos chineses em Moçambique, caso da compra pela China National Petroleum Corporation (CNPC) de uma participação na exploração de gás natural na bacia do Rovuma e da nova fábrica de automóveis da China Tong Jian Investment na Matola (sul).
De acordo com a Dingsheng, os investimentos planeados na ZEE da Beira ascendem a 500 milhões de dólares, embora não haja compromissos concretos ou calendários.
O início do projecto passa pela instalação de infra-estruturas e serviços básicos numa área de 217 hectares próximo da cidade portuária da Beira.
Além de disponibilizar serviços às empresas e acesso facilitado a infra-estruturas de transportes, para importação e exportação de bens e serviços, as zonas económicas especiais beneficiam de regimes fiscais preferenciais, bem como garantias governamentais sobre os investimentos.
Integrada no Corredor de Desenvolvimento Agrícola da Beira, espera-se que a ZEE atraia mais investimento directo estrangeiro e desenvolvimento económico à cidade da Beira e ao centro de Moçambique.
O projecto “é uma indicação de que o desenvolvimento económico está cada vez mais a ir para além da cidade de Maputo e das regiões do sul de Moçambique, que nas décadas recentes têm recebido os maiores investimentos e desenvolvimento”, adianta a EIU.
A Beira, em particular, “há muito tem sido negligenciada, apesar de ser a segunda maior cidade do país e capital da província de Sofala”, refere.
O Corredor envolve projectos agrícolas na província de Sofala, mas abrange também desenvolvimento industrial, logística e turismo.
“O estabelecimento de uma ZEE vai ajudar a cidade a beneficiar do investimento industrial e serviços relacionados com a expansão da mineração de carvão na vizinha província de Tete, da qual a cidade é actualmente o maior pólo de exportação”, refere a EIU.
Actualmente, a ZEE da Matola é a principal de Moçambique, albergando a maior empresa moçambicana, a fundação de alumínio Mozal.
“O sucesso da primeira ZEE de Moçambique em Beluluane em atrair investimento indica que este modelo pode ser aplicado com sucesso noutras regiões do país”, adiantam os economistas da EIU. (macauhub)
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