quinta-feira, 31 de julho de 2008

DOHA: POSIÇÃO BRASILEIRA É CRITICADA

[ADITAL] Agência de Informação Frei Tito para a América Latina www.adital.com.br

30 julho 2008

Adital - Após quase duas semanas de negociações, a Rodada Doha, no âmbito das negociações da Organização Mundial do Comércio, fracassou na tentativa de ampliar a liberalização do comércio mundial. A incompatibilidade dos interesses dos diversos países é apontada como a principal causa para o fracasso. A reunião, que começou no dia 21 de julho, termina oficialmente amanhã (31).

O diretor-geral da OMC, Pascal Lamy, sugeriu que os negociadores busquem ao menos certo grau de conciliação por meio da adoção de salvaguardas no âmbito interno. Segundo Lamy, o acordo teria representado uma economia de US$ 130 bilhões em tarifas até o fim do período de sua implantação.

O que restou foram apenas acusações de quem seria a culpa do fracasso da rodada. Os Estados Unidos criticaram a China pela decisão de se proteger da importação de arroz, açúcar e algodão, três produtos para os quais os EUA querem ter acesso ao mercado. Os EUA chegaram até a ameaçar que não cortariam os subsídios agrícolas na quantidade anunciada, que era de US$ 15 bilhões anuais. A Índia também foi apontada como um dos países que mais dificultaram as negociações.

O Brasil demorou a aceitar o corte proposto pelos estadunidenses. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, chegou a chamá-lo de pouco ambicioso, porém, nos últimos dias de negociação, o País mudou de idéia e acabou sendo criticado por outros, entre eles, Argentina, China e Índia, componentes do G-20. O Brasil foi favorável à proposta que prevê o corte de tarifas e subsídios nos países ricos, mas impõe a redução de medidas protecionistas nos países emergentes.

O Parlamento do Mercosul (Parlasul) aprovou, nesta segunda-feira (28), uma declaração contrária à posição brasileira. O Parlasul tinha esperanças de que a declaração, aprovada por unanimidade, influenciasse nas negociações. O documento foi encaminhado às chancelarias dos países do Mercosul.

No documento, os parlamentares afirmavam seu apoio à unidade do Mercosul e do G-20 nas negociações. Eles manifestaram seu entendimento de que essa Rodada deveria resultar em uma abertura dos mercados agrícolas das nações industrializadas e a convicção de que Mercosul e G-20 poderiam conciliar seus interesses diversos, mas convergentes, mantendo uma coesão diante das negociações da OMC.

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