quarta-feira, 30 de julho de 2008

Jovens asiáticos participam de curso de português em Macau

Macau, 29 julho 2008 (Lusa) - Pedro é, na verdade, Lê Phan Anh, tem 21 anos, é estudante de engenharia no Vietnã e chegou a Macau para estudar português, que considera uma "língua bonita e franca".

Enquanto se preparava para os ensaios da festa de encerramento de um curso de verão de língua portuguesa, promovido pela Universidade de Macau, Pedro explica que está na cidade chinesa pela primeira vez, para freqüentar o nível inicial do curso.

Ainda com muitas dificuldades de expressão em português - por ter apenas um mês de contato com a língua - Pedro recorre à ajuda do ”tradutor” Monte, ou Lê Tung Son, também vietnamita, que está em Macau pela segunda vez, mas que já freqüenta o nível avançado do curso.

"Conheci muitas pessoas e fiz muitos amigos e por isso quero voltar, quero continuar a aprender o português porque acho que vai ser muito importante para mim", diz Pedro, que vive em Hanói.

Aprendizado

O amigo que atua como "tradutor" esteve em Macau pela primeira vez em 2006, é estudante de língua e cultura portuguesas e reclama da "falta de materiais e professores" no seu país.

"Só temos dois professores no curso, um é do Brasil e outro do Vietnã, e alguns dos agora recém-licenciados vão ser professores", explica Monte, acrescentando que a versão em português do seu nome é a tradução do original.

Freqüentando o terceiro ano do seu curso, Monte diz "adorar a língua portuguesa" e algumas tradições da lusofonia como o carnaval brasileiro, a cultura portuguesa e a era dos descobrimentos.

"Gostaria de visitar Portugal, mas é muito caro e por isso vou tentando voltar a Macau para aperfeiçoar o meu português, ganhar mais conhecimentos e aproveitar para comprar alguns materiais para aprender melhor", disse.

"Aqui em Macau conseguimos aprender muito, desenvolver o nosso português e comprar vários materiais que não existem no Vietnã", explica, ressaltando o interesse na participação do curso de verão. Neste ano, a 23ª edição conta com a participação de 260 estudantes, incluindo 130 do exterior.

Encontro entre alunos

Elsa, ou Liu Mengru, natural de Hubei, estuda a língua e cultura portuguesas na Universidade de Xian. Em sua primeira visita a Macau, afirma que gostou do tempo passado entre aulas, eventos culturais e visitas.

Além do interesse pela língua, explica que também "gosta muito da comida portuguesa como a galinha ou o arroz de marisco acompanhados com vinho tinto".

Prestes a entrar no quarto ano do curso de língua e cultura portuguesas na Universidade de Macau, Sofia, ou Liu Jian Yl, tem 22 anos e quer se especializar como tradutora-intérprete. Sofia também lamenta nunca ter visitado Portugal.

"Estar em Macau ajuda muito, mas gostaria de ir a Portugal para aprender mais coisas e ter maior contato com as pessoas", disse.

Sobre o curso de verão na Universidade de Macau, Sofia afirma que é uma "oportunidade para reforçar os conhecimentos adquiridos ao longo do ano" e para conhecer "outros jovens que também gostam do português".

O curso de verão da Universidade de Macau não é destinado apenas a estudantes estrangeiros. Salvina e Tânia freqüentam a Escola Portuguesa de Macau, mas reconhecem algumas dificuldades na língua portuguesa devido às condições familiares.

Com pais chineses e mães macaenses, as duas alunas olham para o curso de verão como uma "oportunidade para melhorar os conhecimentos de português", pois dizem sentir "dificuldades de vocabulário".

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