terça-feira, 29 de novembro de 2011

Brasil/Guaranis Kaiowás realizam marcha contra extermínio de povos indígenas


29 novembro 2011/Agência Pulsar http://www.brasil.agenciapulsar.org

Em resposta ao ataque sofrido, a comunidade Kaiowá Guarani do acampamento Tekoha Guaiviry, no Mato Grosso do Sul, realiza nesta sexta-feira (2) um protesto contra o extermínio dos povos Indígenas no estado.

A comunidade indígena foi alvo de ataque de pistoleiros no último dia 18, que culminou no assassinato do cacique Nisío Gomes. Ontem (28) o acampamento Pyelito Kue, também no Mato Grosso do Sul, foi alvo de invasão e novas ameaças.

Para acompanhar a situação, o governo federal constituiu um Comitê Gestor formado por alguns ministérios e a Secretária Geral da Presidência da República. Porém, o secretário executivo do Conselho Indígena Missionário (Cimi) Cléber Buzatto afirma que a ação “ainda é tímida e insuficiente para responder as demandas e problemas que os Guaranis Kaiowás enfrentam”.

Para ele, seriam necessárias pelos menos mais duas bases para responder às demandas da comunidade indígena, que enfrenta um forte aparato bélico dos fazendeiros da região.

Cléber considera necessário a instalação de uma delegacia especializada para tratar de questões indígenas e impedir a perpetuação da impunidade. Ele cita a existência de inquéritos sobre assassinatos de indígenas que estão com a polícia federal desde de 2007.

Outra questão importante na opinião de Cléber é a atuação do governo no sentido de resolver os conflitos fundiários na região. O secretário executivo do Cimi afirma que é necessário avançar com os procedimentos de demarcação das terras indígenas.

De acordo com documento recentemente publicado pelo Cimi, 98% da população originária do estado ocupam efetivamente menos de 75 mil hectares, ou seja, 0,2% do território estadual. Em conseqüência, mais de 1200 famílias vivem em condições degradantes à beira de rodovias ou sitiadas em fazendas.

Apesar das ameaças e da violência que têm sofrido, os indígenas Guaranis Kaiowás estão determinados a permanecer no território ancestral. O protesto vai ocorrer às 9h, na Assembleia Legislativa de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. (pulsar)

Audios disponíveis:

Cléber Buzatto, secretário executivo do Cimi, diz que atuação do governo na região é insuficiente.
28 seg. (441 Kb)
arquivo mp3

Cléber Buzatto, fala sobre a necessidade de demarcação das terras indígenas na região do Mato Grosso do Sul.
56 seg. (573 KB)
arquivo mp3


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