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novembro 2013, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)
A cooperação económica e comercial
entre a China e os países de língua portuguesa vai ser aprofundada, garantiu
hoje em Macau o vice-primeiro-ministro Wang Yang, ao anunciar um plano em oito
pontos com medidas concretas para execução entre 2014 e 2016.
No discurso de abertura da 4ª
Conferência Ministerial do Fórum Macau, Wang mencionou como a primeira dessas
medidas a concessão por parte do governo da China de empréstimos bonificados
aos países de língua portuguesa de África e da Ásia membros do Fórum no montante
de 1800 milhões de yuan (293 milhões de dólares).
O vice-primeiro-ministro mencionou
de seguida o desejo da China em partilhar com os países de língua portuguesa a
experiência bem-sucedida das zonas especiais económicas e das zonas de
desenvolvimento e anunciou que as empresas chinesas iriam ser incentivadas, se
bem que respeitando as regras de uma economia de mercado, para ajudarem na
promoção e na criação daquelas zonas nos países interessados.
Três dos oito pontos mencionados
por Wang Yang centram-se no ensino e na formação profissional, com a China a ir
apoiar todos os países de língua portuguesa de África e da Ásia membros do
Fórum Macau na construção de infra-estruturas tais como escolas e centros de
formação.
A China convidará ainda 2000
pessoas daqueles países, incluindo estudantes de pós-graduação, para acções de
formação, algumas das quais terão lugar localmente e oferecer 1800 bolsas de
estudo aos governos dos países de língua portuguesa de África e da Ásia membros
do Fórum Macau.
Além de um ponto genérico sobre
sectores qualificados de prioritários, o vice-primeiro-ministro chinês
referiu-se igualmente à utilização de Macau como local de partilha de
informação “a fim de criar uma plataforma em Macau para promover o intercâmbio
de pessoas bilingues qualificadas e
a cooperação empresarial em diversos
domínios.”
Por seu turno, o ministro dos
Negócios Estrangeiros de Moçambique, Oldemiro Baloi, além de se referir ao
facto de o país ter vindo a beneficiar de bolsas de estudo tanto na China como
em Macau, salientou ser necessário continuar a dar atenção particular aos
sectores que possam contribuir para o aumento da produção e da produtividade e
que produzam resultados palpáveis na redução da dependência das populações.
Afirmando ser firme convicção do
governo de Moçambique que o sector privado desempenha um papel crucial no
desenvolvimento do país, o ministro dos Negócios Estrangeiros referiu-se ao
Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua
Portuguesa de mil milhões de dólares anunciado em Macau, no decurso da 3ª
Conferência Ministerial do Fórum Macau, como uma alavanca que “vai impulsionar
o investimento privado e o estabelecimento de parcerias público-privadas.”
O vice-presidente do Brasil, Michel
Temer, aproveitou a sua intervenção para se referir à formação dos recursos
humanos, tendo mencionado a existência na Universidade da Integração da
Lusofonia Afro-Brasileira de 182 alunos de países africanos de língua
portuguesa de um total de 228 alunos.
Salientando fazer votos para que
seja possível atingir a meta 160 mil milhões de dólares de trocas comerciais
entre os países membros do Fórum Macau até 2016, Michel Temer anunciou a
criaçãodo “Centro de serviços comerciais para pequenas e médias empresas dos
países de língua portuguesa”, a ter sede em Macau.
Saudando Macau como uma importante
plataforma comercial e de serviços e ponte privilegiada de ligação entre a
China e os países de língua portuguesa, o vice-primeiro-ministro português,
Paulo Portas, frisou que “o Fórum Macau pode e deve desempenhar um papel
crucial ao constituir a ligação entre quatro continentes, da Ásia à América do
Sul, passando por África e pela Europa.”
Rui Duarte Barros,
primeiro-ministro da Guiné-Bissau, aproveitou o discurso que efectuou para
anunciar que irá colocar na agenda da cooperação com a China a intenção de
assegurar financiamento por parte de agentes públicos e privados chineses para
projectos qualificados de fundamentais da economia guineense, nomeadamente nos
sectores dos transportes, energia, recursos minerais, agricultura, pescas e
turismo.
O primeiro-ministro guineense
adiantou que o governo que dirige pretende analisar com o seu congénere da
China as modalidades de acesso aos mecanismos de financiamento previstos no
âmbito do Fórum Macau e outros “para tornar uma realidade os objectivos
anunciados”.
O vice-primeiro-ministro de
Timor-Leste, Fernando La Sama de Araújo, referiu que a China é um dos fortes
parceiros estratégicos rumo ao desenvolvimento e disse que o governo a que
pertence gostaria de poder contar com investimentos tanto chineses como dos
países de língua portuguesa no estabelecimento das zonas económicas especiais
(ZEE) em Oe-cusse e Atauro.
Além destas duas ZEE, La Sama de
Araújo mencionou igualmente os planos para desenvolver a costa sul do país como
centro sub-regional para a indústria petrolífera e do turismo em todo o
território.
Rui Mangueira, ministro da Justiça
e dos Direitos Humanos de Angola, recordou aos presentes que o seu país tem
vindo a apostar, ao longo de 11 anos de paz efectiva, no estabelecimento e
consolidação de uma parceria estratégica com a China.
“Cada um dos nossos países detém
valências, experiências e realidades próprias que podemos partilhar no contexto
deste Fórum e que certamente são úteis para a construção dos nossos destinos
comuns”, salientou o ministro angolano, dirigindo-se aos presentes na cerimónia
de abertura da 4ª Conferência Ministerial do Fórum Macau.
O ministro do Turismo, Indústria e
Energia de Cabo Verde, Humberto Brito, louvou o apoio decisivo da China e de
Macau no funcionamento e desenvolvimento do Fórum Macau e afirmou aguardar o
governo do seu país com grande expectativa o início da aplicação do Fundo de
Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua
Portuguesa.
“A aplicação do Fundo irá promover
projectos de investimento, de preferência daqueles que têm efeitos na criação
de riqueza e no crescimento dos nossos países, envolvendo as respectivas
comunidades empresariais”, disse o ministro do Turismo de Cabo Verde.
(macauhub)
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