11 agosto 2013, AngolaPress http://www.portalangop.co.ao
(Angola)
Eu
agradeço a hospitalidade do Senhor Presidente, do Povo e das Autoridades
equato-guineenses e a forma calorosa como fomos recebidos desde a nossa chegada
a essa bela cidade de Malabo.
Tenho
plena consciência de estar a participar num evento de especial importância para
a nossa sub-região, para o continente africano e para o mundo em geral, em
razão do contributo que o Golfo da Guiné pode vir a dar para a normalização das
rotas marítimas no Atlântico e para a segurança energética planetária.
A actual
taxa de produção de crude e as perspectivas do seu crescimento, tendo em conta
as reservas que têm sido descobertas na região nos últimos anos, conferem aos
nossos países a responsabilidade de definir políticas conectas e de actuar
unidos para melhor explorar e potenciar
os recursos existentes.
Importa,
pois, continuar a promover a confiança entre os estados, através do
estabelecimento de políticas, medidas e mecanismos que fortaleçam as relações
de boa vizinhança e de cooperação multilateral.
Isto é
tanto mais importante porque continuam a existir conflitos armados nalguns
Estados da região e está a verificar-se em simultâneo o recrudescimento da
criminalidade transnacional, patente no tráfego de drogas e de armas e também
de órgãos e de seres humanos; na pirataria marítima e nos assaltos à mão
armada; na pesca furtiva; na imigração ilegal; nas ameaças de terrorismo; na
lavagem de dinheiro, etc.
Esses
fenómenos nefastos atentam contra a segurança não apenas da exploração
petrolífera 'offshore', dos ecossistemas e da pesca, da navegação marítima e de
outras actividades económicas, mas representam também um perigo para a própria
paz, segurança interna e estabilidade dos países banhados pelas águas do
Atlântico no Golfo da Guiné.
Neste
particular, a Comissão do Golfo da Guiné tem desempenhado um papel fundamental
não só na concertação e conjugação de esforços dos estados membros para o
combate e erradicação de tais crimes, mas também na sua prevenção.
Para
reforçar esse desempenho são também imprescindíveis as contribuições de cada
Estado membro dentro das suas fronteiras terrestres e marítimas, uma vez que os
perigos e ameaças que ocorrem no mar têm necessariamente o seu suporte em terra
e aí devem começar a ser combatidos.
A
assumpção dessas responsabilidades por cada um dos nossos países fortalece-nos
e capacita-nos para o melhor cumprimento das nossas obrigações e dos objectivos
da nossa instituição.
A
presente Cimeira dos estados membros da Comissão do Golfo da Guiné ocorre num
momento particular.
Depois de
terem realizado a Conferência de Luanda e a Cimeira de Yaoundé, onde foram
discutidas e equacionadas as soluções para as questões mais prementes que
preocupam os países desta região e que têm uma grande importância para a
economia mundial, é necessário estabelecer-se uma conjugação de esforços mais
eficaz entre os países da África Central e Ocidental, da União Africana, do
Atlântico Sul e das Nações Unidas.
Nessas
duas importantes reuniões foi decidida a criação de mecanismos permanentes com
vista a materialização das formas concretas de cooperação.
A
Comissão do Golfo da Guiné pode, neste contexto, desenvolver a sua acção no
sentido de contribuir para a harmonização da actuação da SADC e da CEEAC, de
modo a optimizar-se os recursos e a alcançar-se melhores resultados.
É nossa
opinião que a Comissão do Golfo da Guiné deve considerar-se como uma
organização aberta à adesão de outros países que aceitem os seus estatutos e se
comprometam a lutar pelos seus objectivos, conferindo-lhe assim maior
abrangência e eficácia em todo o espaço da sua jurisdição.
Se esta
intenção for acolhida pelos estados membros, essa integração implicará a
adequação do estatuto orgânico do Secretariado Executivo, que lhe permita
cumprir as suas atribuições.
A
República de Angola alberga a sede da Comissão do Golfo da Guiné e tomou
medidas pertinentes para dotar o Secretariado Executivo das condições materiais
e logísticas necessárias para o seu pleno funcionamento, tendo agendada a
construção e disponibilização da sede definitiva para dentro de breve tempo.
Ao
apreciarmos o relatório de balanço da actividade desenvolvida nos últimos anos,
constatamos que a nossa instituição entrou já numa nova fase da sua existência.
Ela
nasceu, cresceu e está a consolidar-se com meios próprios, contando com a
contribuição dos Estados membros.
Porém, há
parceiros internacionais que pretendem cooperar com a Comissão do Golfo da
Guiné e ajudar.
A ajuda
quando é útil é bem-vinda, mas o eventual apoio externo não deve visar a
criação de zonas de influência de interesses que não estejam alinhados com os
seus objectivos, tais como a manutenção da paz, da segurança e da estabilidade,
mas sim valorizar os recursos naturais em benefício dos povos e países que
integram o seu espaço de jurisdição.
EXCELÊNCIAS,
A nossa
Comissão adaptou, para o cumprimento cabal dos seus grandes objectivos, vários
instrumentos de natureza regulamentar e planos de acção anuais e plurianuais,
que visam melhorar a sua organização, aperfeiçoar o seu funcionamento e tornar
mais eficaz a acção dos seus órgãos.
Durante
este mandato foram definidas as Linhas Mestras da Estratégia da Comissão para a
Gestão e Segurança na Região, na base de um pensamento comum sobre esta
matéria.
Deste
modo, foi possível estabelecer-se as bases para a cooperação entre a nossa
Comissão e o Secretariado Geral da Comunidade Económica dos Estados da África
Central, sobretudo no que respeita à protecção dos nossos interesses vitais no
mar.
Não menos
importante para a consolidação da Comissão do Golfo da Guiné foi, sem dúvida, a
Conferência de Luanda sobre a Paz e Segurança, realizada há menos de um ano,
com vista a contribuir para a transformação da nossa sub-região em zona de paz
e segurança, cujas reflexões e conclusões sobre o estado de segurança marítima
e ambiental contribuíram sobremaneira para o enriquecimento da Conferencia da
ZOPACAS (Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul), que decorreu em Janeiro
deste ano na cidade de Montevideo, capital do Uruguai, na América Latina.
Não
obstante os ganhos obtidos pela nossa organização nos domínios político e
diplomático, vivemos uma situação delicada no que respeita a insuficiência de
recursos financeiros para garantir o normal funcionamento da Comissão.
O
orçamento continua a não receber contribuições dos Estados membros no momento
certo e este é um dos nossos principais problemas, que prejudica profundamente
a actividade do Secretariado Executivo.
Os estados
membros devem honrar os seus compromissos, para se ultrapassar esta situação.
Neste sentido, foi constituída uma Comissão integrada por três Estados membros
que têm a missão de elaborar uma proposta sobre uma modalidade de financiamento
segura, simples e exequível, susceptível de garantir a transferência regular
das contribuições dos Estados membros na proporção das suas reais capacidades
financeiras.
Senhor
Presidente agradeço a atenção que me dispensaram como sabem o falecido
Presidente Omar Bongo e sua EXCELÊNCIA o ex-Presidente da Nigéria Olosegun
Obassanjo sonharam e lançaram as bases para a formação da Comissão do Golfo da
Guiné, mas ainda hoje continuamos a sonhar com a realização dos seus
objectivos, mas penso que não devemos continuar a sonhar apenas, porque senão
todos pensarão que estamos a dormir. Vamos fazer tudo, transformar o nosso
sonho em realidade.
Senhor
Presidente, a nossa breve estadia aqui na cidade de Malabo, verificamos que há
profundas transformações, há uma grande reforma urbana em curso, queremos
felicitar o Senhor Presidente e sobretudo felicita-lo pela infra-estrutura que
foi criada para albergar as conferências internacionais, esta é uma sala muito
bonita que tem todas as condições materiais e técnicas para a realização do nosso
trabalho.
Parabéns
Senhor Presidente e desejo muitos êxitos a Cimeira.
Agradeço
a atenção que me dispensaram e felicito Sua Excelência Teodoro Obiang Nguema,
Presidente da Republica da Guiné Equatorial, pela sua eleição, reiterando o
nosso apoio, e desejo-lhe os maiores êxitos no mandato que ora se inicia como
Presidente da Comissao do Golfo da Guiné.
Muito
obrigado!
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