terça-feira, 27 de agosto de 2013

China e Brasil cada vez mais centrais no desenvolvimento agrícola moçambicano



28 agosto 2013, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)

A China e o Brasil estão a reforçar a sua importância no desenvolvimento da agricultura de países africanos como Moçambique, com uma sucessão de projectos ao nível do Estado, empresas e sociedade civil.

No recente artigo “Novos Encontros de Desenvolvimento: China e Brasil na Agricultura Africana”, do Institute of Development Studies britânico, Ian Scoones, Lídia Cabral e Henry Tugendhat referem que o apoio das duas potências emergentes envolve várias modalidades financeiras, como ajudas, empréstimos bonificados, acordos de comércio e investimento comercial.

Tendo registado um “crescimento económico impressionante”,
apoiado em particular pela mineração e fundição de alumínio, mas também com crescimento nalgumas mercadorias agrícolas, Moçambique depara-se hoje, na visão do governo, com “uma subutilização maciça de terras no país e verdadeiro potencial para uma expansão comercial”, referem.

Atrair investimento estrangeiro em todos os sectores “tem sido uma prioridade” e os doadores ocidentais têm desempenhado um papel, oferecendo apoio orçamental “no âmbito de um enquadramento político de redução da pobreza, ao mesmo tempo que procuram a liberalização do mercado”.

“Mas, à medida que a liderança governamental se torna mais presente e a intervenção estatal na agricultura volta a ser vista favoravelmente, as relações com doadores ocidentais tornam-se menos amigáveis”, referem os investigadores britânicos.

Neste cenário, “as potências emergentes tornam-se parceiros cada vez mais apelativos para um modelo de desenvolvimento orientado para o crescimento e liderado pelo Estado”, adiantam.

Um dos actuais acordos de cooperação chinês de mais elevado perfil na agricultura envolve a criação de 20 centros de demonstração de tecnologia agrícola.
Moçambique, tal como a Etiópia e o Zimbabué, têm destes centros, geridos para o Estado chinês por empresas quase privadas, envolvendo actividades de formação, a par de importação de tecnologia e investigação.

Quanto ao Brasil, as ligações entre a cooperação técnica e interesses comerciais são cada vez mais visíveis “particularmente no corredor de Nacala, norte de Moçambique.

Aqui, “o programa de cooperação técnica ProSavana está a abrir caminho para investimentos privados nos negócios agrícolas por parte de empresas brasileiras e japonesas”, refere o estudo do IDS.

Para os investigadores, este tipo de acordos de cooperação podem “tornar-se cada vez mais significativos em África”, a par de ligações ao nível da sociedade civil.

Uma das principais conclusões do estudo é que “não há uma forma singular de envolvimento chinês e brasileiro em África e cada intervenção é diferente em aspectos importantes”. (macauhub)

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