quarta-feira, 25 de março de 2009

Brasil quer articular com CPLP ajuda a Guiné-Bissau

Brasília, 25 março 2009 (Lusa) - O Brasil quer encontrar mecanismos, juntamente com os outros países da CPLP, que sejam uma ajuda efetiva para a Guiné-Bissau, afirmou à Agência Lusa o subsecretário geral de Assuntos Políticos do ministério das Relações Exteriores.

Na avaliação do embaixador Roberto Jaguaribe, estes mecanismos, que serão discutidos nesta quarta-feira, em Cabo Verde, durante a reunião extraordinária do Conselho de Ministros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), poderão abordar a coordenação política, além de esforços para uma maior cooperação e formas de angariar recursos internacionais para o país africano.

Outras questões importantes para a Guiné-Bissau apontadas por Jaguaribe são a necessidade de uma inserção mais adequada do setor de defesa e segurança e a realização de eleições.

"Não creio que haverá dissonâncias na reunião da Cidade da Praia. Queremos maximizar dentro da CPLP um apoio consistente à Guiné-Bissau", assinalou.

O diplomata considera que Bissau tem "desafios significativos" e que as soluções devem ser buscadas dentro de um contexto subregional e com o apoio e respaldo da comunidade internacional.

Jaguaribe lembrou que o Brasil preside os trabalhos da Comissão para a Construção da Paz das Nações Unidas (CCP) para a Guiné-Bissau e disse que este processo de ajuda internacional ao país vai durar "muitos anos".

Ele defendeu ainda que a paz está associada ao desenvolvimento e que, "se não há geração de rendimento, há insegurança em todos os níveis".

Na sua opinião, Guiné-Bissau deve "evitar fazer demandas de governança impossíveis de acontecer", mas a comunidade internacional, por outro lado, deve cuidar para que todas as doações cheguem ao país, o que não vem ocorrendo.

O Brasil, que estará representado na reunião de hoje pelo chanceler Celso Amorim repudiou com veemência os atentados do início do mês na Guiné-Bissau que resultaram na morte do presidente guineense, João Bernardo "Nino" Vieira, e do chefe das Forças Armadas, Tagme Na Waié.

Em nota à imprensa, o Itamaraty, lamentou na ocasião os atos de violência que atentaram contra as instituições guineenses e manifestou a disposição do Brasil de ajudar, coordenadamente com os demais membros da CPLP, para a normalização da situação no país.

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