quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Moçambique/Membros das Forças Armadas não pertencem a nenhum grupo

14 outubro 2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

O Ministro da Defesa Nacional reiterou, em Chimoio, que os membros das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM) não pertencem a nenhum grupo étnico, a nenhuma região do país, a nenhuma religião e a nenhuma cor partidária. Que eles são sim, e apenas isso, moçambicanos dispostos e disponíveis para defender todo o povo do Rovuma ao Maputo e do Zumbu ao Índico.

“A vossa religião é a paz, sempre a paz no nosso solo pátrio. Este é o sonho do povo moçambicano, que vos incumbiu esta missão desde o dia em que juraram a Bandeira!”, lembrou Salvador Mtumuke, falando sábado em Chimoio no encerramento dos cursos de promoção a capitão e complementar de alferes milicianos das FADM.

O governante defendeu, na ocasião, que no actual contexto, em que se assistem às mudanças estruturais e substanciais de âmbito nacional, regional e mundial, a garantia da defesa, salvaguarda da independência e da integridade territorial continua a
constituir o cerne da génese das FADM, facto que exige a elevação de níveis de conhecimentos técnicos e científicos dos militares.

Fazendo jus às palavras do Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança (FDS), Filipe Nyusi, o ministro da Defesa Nacional recordou que a dinâmica “aconselha-nos a adequar o capital humano, o grande recurso com que as FADM contam, aos novos desafios.

Neste contexto, disse ele, a formação do capital humano constitui um dos quatro pilares eleitos pelo sector da Defesa para o quinquénio 2015/19, além de infra-estruturas, logística e saúde militar.

Assim, de acordo com Mtumuke, a formação de oficiais corresponde a uma evolução qualitativa das Forças Armadas, que se fundamenta na progressão na carreira dos oficiais, por diuturnidade e na formação de alferes milicianos para o seu melhor enquadramento na carreira militar.

“Com os conhecimentos e competências adquiridos durante esta formação estes oficiais estão em condições de contribuirpara a defesa nacional, enquanto função do Estado e direito fundamental do povo moçambicano”, disse, exortando os graduados para entenderem e interpretar correctamente o conceito de Defesa Nacional, “como um conjunto de acções e medidas concretas que visam assegurar a integridade territorial, a soberania nacional e os interesses vitais do país”.

“Com o término destes cursos estamos cientes de que os mesmos constituíram uma mais-valia para a vossa formação técnico-profissional, facto que acresce as nossas expectativas de ver em vós consolidado, cada vez mais, o espírito de cumprir exitosamente o vosso dever e missão”, advertiu o governante, exortando os oficiais agora graduados para serem cumpridores abnegados das ordens e missões que lhes forem incumbidas nas suas unidades assim como transmissores dos valores nobres de patriotismo, civismo, humildade, humanismo e cidadania aos seus subordinados com vista a reforçar e a consolidar a unidade nacional no seio dos militares e consolidar a paz e o progresso do país. Exortou-lhes ainda a aplicarem os conhecimentos adquiridos na sua formação em benefício das FADM, pautando por um comportamento digno e leal, merecedor de respeito.

“Para tal, deveis, rigorosamente, observar e pôr em prática os três pilares fundamentais que sustentam a organização militar, designadamente a hierarquia, o comando único e a disciplina”, disse Mtumuke, lembrando que a condição militar traduz-se, fundamentalmente, num elevado sentido de missão e noção do dever, factores indispensáveis ao alto grau de coesão e espírito de corpo que caracterizam as Forças Armadas.

Falando da necessidade de se garantir um ambiente pacífico e tranquilo no país, o ministro da Defesa Nacional lembrou as directivas do Presidente da República e Comandante-Chefe das FDS, Filipe Nyusi, sobre o assunto, recomendando que o apelo e a exortação presidenciais não devem ser protelados.


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12 outubro 2015, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

Os professores da província de Inhambane manifestaram ontem o seu regozijo pelo desarmamento, na sexta-feira (9), da guarda pessoal de Afonso Dhlakama, na Beira, considerando o facto “uma luz no fundo do túnel” para o desarmamento total e completo das forças da Renamo, condição essencial para uma paz efectiva no país.

Numa mensagem por ocasião das celebrações do 12 de Outubro, Dia do Professor, os discentes de Inhambane saudaram a iniciativa do Governo de desarmar a Renamo e apelaram para que a operação não termine apenas com este acto, mas que deve ser um processo contínuo a ocorrer em todo país.

“O professor é um agente pacificador. Pauta pela paz e unidade nacional. Nós fomos formados para trabalhar em qualquer ponto do país. Para tal, queremos trabalhar livremente com os nossos alunos. Em paz, sem intimidações de raptos ou mortos por balas disparadas de qualquer lado. Por isso, é urgente retirar as armas daquele grupo que por lei não as deve possuir para fazer política”, afirma a mensagem da ONP em Inhambane, lida pela responsável local da organização, Isabel Munguambe.

Num outro desenvolvimento, os docentes de Inhambane, que em maior número marcaram presença na praça dos heróis para prestar homenagem aos seus colegas perecidos em missões de docência, condenaram com veemência os pronunciamentos intimidatórios que incitam à violência e ou ao retorno à guerra.

“Nós queremos circular livremente em todo o território nacional, que a Renamo entregue voluntariamente as suas armas e os seus homens se juntem a todos nós para desenvolvermos o país. Nunca se faz a democracia de armas em punho, mas com diálogo e entendimento. Por isso, Dhlakama deve muito rapidamente responder positivamente ao convite para um diálogo político franco e aberto, que lhe foi endereçado pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, para definitivamente se enterrar o machado da guerra”, apelam os professores.

O Dia do Professor, celebrado este ano sob o lema “Unidos Pela Profissionalização Docente por uma Educação de Qualidade”, foi caracterizado em Inhambane por actividades político-sociais e culturais.

Os professores reconheceram e saudaram o esforço que o governo provincial está a imprimir para o melhoramento das condições de ensino na província, através da expansão da rede escolar, bem como o apetrechamento das salas de aula e em busca de alternativas para acelerar o pagamento das horas extraordinárias e do segundo turno.

Como dificuldades, os professores apontaram a persistência de métodos menos transparentes nos concursos de mudança de carreiras, a necessidade de criar mecanismos para assegurar celeridade na mudança de categorias, harmonização de números de alunos por turma com a contratação de novos professores e a construção de infra-estruturas escolares e criação de mecanismos que garantam a celeridade na atribuição do subsídio funerário, assim como na assistência médica e medicamentosa.

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