quarta-feira, 21 de outubro de 2015

MISSÃO DA NATO NA “CERIZIA DO LESTE”

19 outubro 2015, ODiário.info http://www.odiario.info (Portugal)

Está já em curso o exercício “Trident Juncture 2015” da NATO. Há 13 anos que a NATO não empreendia um exercício desta envergadura. O imperialismo norte-americano e os seus aliados ocidentais sobem a fasquia dos jogos de guerra. É mais urgente que nunca uma mobilização em massa dos povos em defesa da paz. Enquanto é tempo.

Começou o exercício ‘Trident Juncture 2015′, o mais importante organizado pela NATO desde há 13 anos. É um grande ensaio de guerra contra a Rússia.

«Na Cerizia do Leste, um Estado invadiu um Estado vizinho mais pequeno e ameaça invadir outro. A crise tem implicações mundiais. A NATO empreende uma missão internacional de assistência e apoio para proteger os Estados ameaçados». É esse o cenário que o exercício «Trident Juncture 2015» «simula». A NATO explica que os nomes são«fictícios». Mas não é necessária muita imaginação para entender que «Cerizia do Leste» é o leste da Europa e que«o invasor» é a Rússia, acusada pela NATO de ter invadido a Ucrânia e de ameaçar outros países do leste.

O exercício bélico que actualmente se desenvolve em Itália, Espanha e Portugal é, por conseguinte, um teste real de guerra na frente oriental. Durante a sua fase inicial (de 3 a 16 de Outubro), no centro
de Poggio Renatico (na região italiana de Ferrara), o primeiro centro já operacional do novo Sistema de Comando e de Controlo Aéreo da NATO, 400 militares de 15 países «simulam os acontecimentos que haverá que enfrentar». Depois, de 21 de Outubro a 6 de Novembro, desenvolver-se-á «Livex», o exercício de «fogo real» em que participarão mais de 230 unidades terrestres, aéreas, navais e de forças especiais de 28 países membros da NATO e de 7 países associados (entre os quais a Ucrânia), com 36 000 homens, mais de 60 navios e 200 aviões de combate.

No quadro de «Trident Juncture2015», as operações terrestres estarão sob o controlo do LandCom, o Comando das Forças Terrestres da NATO cujo quartel-general se situa em Izmir (Turquia), sob as ordens do general estado-unidense Nicholson, que envia a este exercício mais de 250 membros do pessoal às suas ordens. As operações marítimas estão sob o controlo do MarCom, o Comando das Forças Navais da NATO, situado em Northwood (Grã-Bretanha), sob as ordens do almirante inglês Hudson. As forças aéreas participantes receberão ordens do AirCom, o Comando das Forças Aéreas da NATO, que tem o seu quartel-general em Ramstein (Alemanha), sob as ordens do general estado-unidense Gorenc, também comandante das forças aéreas estado-unidenses na Europa e em África.

«Trident Juncture2015» põe à prova a capacidade da «Força de Resposta» (40 000 homens), em particular a capacidade da sua «Força de Vanguarda de Muito Alta Rapidez Operativa» capaz de se projectar em 48 horas fora da zona NATO, em direcção a leste e a sul, dirigido em 2015 pelo Comando Conjunto Joint force Command de Lago Patria (Nápoles), sob as ordens do almirante estado-unidense Ferguson, também comandante das forças navais dos Estados Unidos na Europa e em África.

A Itália, segundo anuncia o governo [italiano] disponibilizou para esse exercício «estruturas, bases e polígonos». As bases e polígonos destinados às forças aéreas são particularmente importantes. A NATO enumera-as da seguinte forma: Pisa e Grosseto, na Toscania; Pratica di Mare, na região de Lazio; Amendola na região de Apulia; Decimomannu e Teulada na Sardenha; Sigonella e Trápani, na Sicília; para além do porta-aviões Cavour como base flutuante.

Na véspera de «Livex», a 19 de Outubro, realizar-se-á no aeroporto de Trápani Birgi uma cerimónia de abertura com a participação de alguns dos mais altos representantes militares de Itália e da NATO, seguida de uma conferência de imprensa e do desfile dos aviões de combate (Eurofighter 2000, F-16, AMX e outros) italianos, polacos, gregos e canadianos, além de um avião-radar AWACS recolocado em Trápani a partir da base da NATO em Geilenkirchen (Alemanha).

Mas não haverá cerimónias na base de Decimomannu, utilizada também pelos aviões da Eslovénia, nem no polígono de Teulada, onde actuarão também forças terrestres. O exercício «de fogo real» «Livex», em que serão utilizadas bombas e mísseis que ao explodir projectarão uranio empobrecido bem como outros metais pesados e substancias químicas toxicas, semeará a morte provocando cancro e malformações congénitas. Entretanto, os gastos de «Livex» serão pagos com dinheiro proveniente dos fundos públicos, obtido mediante cortes nas despesas sociais.


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