A comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) está
comprometida com a exploração de todas as oportunidades existentes para
melhorar as condições de vida dos seus mais de 250 milhões de habitantes da
região, segundo revelou o Presidente da República, Armando Guebuza.
Ele que é igualmente presidente da SADC, cargo que assumiu durante a
Cimeira de Maputo, disse que para alcançar esse desejo, “queremos maior
facilitação da circulação de pessoas nas nossas fronteiras em segurança e
comodidade, que os bens e serviços cheguem mais rapidamente ao seu destino e
que os cidadãos dos nossos países desfrutem do que há de bom e belo em cada um
dos nossos países”.
Guebuza, que falava no encerramento da 32ª Cimeira dos Chefes de Estado
e de Governo da SADC que decorreu em Maputo nos dias 17 e 18 de Agosto, sob o
lema “Corredores de Desenvolvimento: Veículo de Integração Regional”, afirmou
que só com a participação de todos segmentos da sociedade, cada um fazendo a
sua parte, é que se poderá alcançar esse objectivo.“Hoje, mais do que nunca, fica claro que é na construção desse futuro comum, e na contínua convergência das nossas sinergias que devemos continuar a dar expressão e substância à integração regional, alicerçada na coordenação, unidade e coesão em todos nos objectivos comuns da região”.
“Esta cimeira foi uma importante oportunidade de reafirmação da determinação e comprometimento com a agenda da SADC”, disse o Chefe do Estado, acrescentando que ”continuemos todos a construir uma SADC que eleva, continuamente, os seus níveis de desempenho e de respeito no firmamento político e diplomático do continente e do mundo, uma SADC com um crescente papel nas questões de paz, segurança e desenvolvimento mundial”.
Entretanto, para o alcance deste objectivo a região precisa continuar a melhorar a sua performance económica, de acordo com o secretário executivo, Tomaz Salomão.
“A cimeira notou que o desempenho económico da região foi caracterizado por um crescimento lento, uma vez que o Produto Interno Bruto decresceu de 5.5 por cento, em 2010, para 4.7 por cento, em 2011, e uma inflação média de 8.3 por cento. Esta situação foi largamente influenciada pelos desenvolvimentos no mercado global, especialmente na Zona Euro”, indicou Salomão.
Contudo, apesar da crise, a região assinalou progressos na implementação da agenda de integração económica regional. A este respeito, a cimeira recebeu um relatório sobre o quadro da União Aduaneira, nomeadamente os parâmetros e o modelo para a SADC.
Um outro ponto que mereceu atenção da cimeira foi a operacionalização do Fundo Regional de Desenvolvimento da SADC, que foi criado durante o evento com um capital inicial de 1.2 bilião de dólares. Este fundo destina-se a promover investimentos na área de infra-estruturas, principalmente energia, transporte, recursos hídricos, tecnologias de informação e comunicação, entre outras.
A cimeira discutiu ainda questões relacionadas com a instabilidade na região, mormente a crise no leste da República Democrática do Congo, a situação política na Madagáscar e a tensão entre o Malawi e Tanzania, que disputam parte do Lago Niassa, onde se acredita existirem enormes reservas de petróleo e gás.
Nesta cimeira, Moçambique tomou a presidência rotativa da SADC, em substituição de Angola que assumiu o cargo nos últimos 12 meses. Assim, Armando Guebuza foi eleito presidente da SADC e será coadjuvado pela Presidente malawiana, Joyce Banda. Foram igualmente eleitos Jakaya Kikweti, Presidente da Tanzania e o Presidente da Namíbia, Hifikepunye Pohamba, respectivamente presidente e vice-presidente do Órgão para a Cooperação Política, Defesa e Segurança.
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