quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Portugal/AUSTERIDADE TEM VINDO A DESTRUIR A DEMOCRACIA

Mediante a classificação divulgada pela Economist Intelligence Unit, serviço de investigação do “Economist”, Portugal desceu um lugar no ranking, passando a figurar entre os países que têm democracias com falhas. Medidas de austeridade enfraqueceram a coesão social e diminuíram ainda mais a confiança nas instituições públicas.

21 dezembro 2011/Esquerda.net http://www.esquerda.net (Portugal)

O nosso país ocupa agora o 27º lugar do Índice da Democracia 2011, passando de uma situação de democracia plena para uma democracia com falhas, o que é justificado, essencialmente, pela erosão da soberania associada à crise da zona euro.

Portugal obteve 7,81 pontos, num total de 10. O nosso país foi avaliado em cinco critérios tendo-lhe sido atribuída a seguinte pontuação: processo eleitoral e pluralismo (9,58 pontos), funcionamento do governo (6,43), participação política (6,11), cultura política (7,50) e liberdades cívicas (9,41).

Na mesma posição encontram-se atualmente, entre outros, a França, Itália e Grécia.

Segundo o relatório da Economist Intelligence Unit, sete países europeus desceram na classificação do índice democrático (Finlândia, Irlanda, Alemanha, Espanha, Portugal, Itália e Grécia), sendo que não foi registada nenhuma subida. A perspetiva de curto prazo no continente europeu é preocupante, alerta este serviço.

Segundo a Economist Intelligence Unit, em alguns países já não são os governos eleitos que definem as políticas, mas sim os credores internacionais, como o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional.

Esta unidade alerta para o facto de as medidas de austeridade terem enfraquecido a coesão social e diminuído ainda mais a confiança nas instituições públicas e alerta ainda para a falta de participação no processo político e o défice democrático, exemplificando com o caso da Alemanha.

No relatório, é realçado que a “austeridade rigorosa, uma nova recessão em 2012, o elevado desemprego e o facto de não se verem sinais de crescimento renovado vão testar a resiliência das instituições políticas europeias".

Nenhum comentário: