14 dezembro 2011/Portal do Governo http://www.portaldogoverno.gov.mz
Maputo (AIM) – O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, disse que o seu país nunca vai se cansar em agradecer a Moçambique pelo apoio incansável prestado a favor da libertação daquele país vizinho.
Falando hoje em Maputo, numa sessão solene ocorrida na Assembleia da República (AR), o Parlamento moçambicano, no segundo e último dia da sua visita de Estado ao país, Zuma revelou que a visita está também inserida na homenagem ao povo de Moçambique pelo seu apoio incansável pela libertação da África do Sul”.
“O apoio que este país nos deu na luta contra o apartheid é imensurável. Como sul-africanos, nunca nos cansaremos em aqui vir para dizer obrigado”, vincou o estadista sul-africano, naquela ocasião em que também se fez ao pódio, antecedido pela Presidente do parlamento moçambicano, Verónica Macamo.
De acordo com Zuma, o povo moçambicano sofreu pelo apoio que sempre prestou aos seus irmãos sul-africanos que lutavam contra o “monstro do apartheid'.
Mesmo assim, segundo Zuma, o povo moçambicano nunca desistiu. “O povo da África do Sul nunca vai esquecer o sacrifício dos moçambicanos por uma África do Sul livre”.
Naquela ocasião, Jacob Zuma reiterou o compromisso do governo do seu país de levar avante uma investigação completa sobre as circunstâncias da morte do primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Machel.
Machel morreu a 19 de Outubro de 1986, quando o avião presidencial em que se fazia transportar caiu nas colinas de Mbuzini, na África do Sul, numa altura em que reinava naquele país o regime racista do Apartheid. Segundo Zuma, Moçambique perdeu Machel em circunstâncias misteriosas por causa do apoio a libertação dos seus irmãos sul-africanos.
Zuma disse que, apesar de aquele regime ter caído, os dois povos enfrentam hoje um novo inimigo que é o subdesenvolvimento, ou seja a luta é pela emancipação económica.
“Esta luta é mais difícil do que pensávamos. É preciso que trabalhemos juntos da mesma maneira que o fizemos durante a luta contra o colonialismo e o apartheid”, sublinhou Jacob Zuma, um militante que se exilou por algum tempo em Moçambique, durante a luta contra o Apartheid.
Ele recordou que Moçambique foi por essa razão vítima de ataques, incluindo aéreos, do exército sul-africano.
Por outro lado, Zuma destacou o lugar ocupado por Moçambique na qualidade de parceiro comercial da África do Sul, para além da forma como tem sabido atrair investimentos estrangeiros, tornando-se assim num modelo de negócios a nível mundial.
“A África do Sul, a região e o continente no geral, têm muito a aprender de Moçambique na sua habilidade de conquistar investidores”, admitiu.
Na ocasião, Jacob Zuma disse que o governo da África do Sul, através da Corporação para o Desenvolvimento Internacional (IDC), investiu em Moçambique 1.76 bilião de rands, o equivalente a 40 por cento do investimento feito em todo o continente.
Sobre a segurança, Zuma disse que o ataque de piratas somalis no Canal de Moçambique, em Dezembro de 2010, foi um alerta de que a região não está imune deste fenómeno.
“É claro que as nossas águas e de todo o Canal de Moçambique, em particular, tornaram-se uma alternativa atraente para os piratas somalis que tentam evitar a repressão por diversas forças marítimas que operam em todo o Corno de África e no Golfo de Aden”, indicou Zuma.
Segundo ele, as descobertas de hidrocarbonetos e o facto de que seis milhões de toneladas de petróleo são transportados em torno da costa ocidental da África do Sul tornou a zona “num dos principais alvos de piratas”.
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Jacob Zuma promete encorajar investimentos em Moçambique
14 dezembro 2011/AIM
Maputo (AIM) – O Presidente sul-africano, Jacob Zuma, disse hoje, em Maputo, que vai continuar a trabalhar no sentido de encorajar empresas do seu país a investirem em Moçambique.
Zuma selou este compromisso na abertura do seminário empresarial realizado em Maputo no quadro da sua visita de dois dias ao país, durante a qual foram assinados diversos acordos de cooperação entre os dois países vizinhos.
O estadista sul-africano disse que o seu Governo continuará a encorajar as empresas sul-africanas, incluindo privadas, públicas, pequenas e médias empresas, a investirem em Moçambique, nos vários sectores de actividade e numa base de parcerias com entidades moçambicanas.
“Devem aproveitar as oportunidades de negócios nos dois países de forma inovadora”, disse Zuma, acrescentando que “os investimentos que estamos a encorajar nos dois países devem criar postos de trabalho para que nos ajudem a melhorar a qualidade de vida dos nossos povos”.
Segundo o Chefe do Estado sul-africano, estes investimentos deverão ser na forma de parcerias capazes de assegurar o desenvolvimento de conhecimentos, inovação, investimento do capital e transferência de tecnologias de modo a se alcançar resultados positivos para ambas as economias.
Na sua intervenção, Zuma congratulou Moçambique por estar entre as economias que registam os maiores índices de crescimento no mundo inteiro, sublinhado que o país possui potencial para se tornar numa das economias mais fortes de África.
Por isso, ele encorajou os empresários dos dois países a explorarem este potencial, bem como o facto de Moçambique estar entre os “top” cinco parceiros económicos da África do Sul no continente.
Á semelhança do presidente moçambicano, Armando Guebuza, Zuma também defende que os governos não podem liderar o processo de integração regional sozinhos, pois o desenvolvimento de infra-estruturas também exige a participação do sector privado, através de parcerias público-privadas.
Aos governos, disse Zuma, cabe o papel de eliminar as barreiras burocráticas e facilitar os empresários a desenvolverem os seus negócios.
“Os nossos governos estão preparados para eliminar a burocracia excessiva que os homens de negócio enfrentam para desenvolverem as suas actividades de modo a criar-se um ambiente conducente para o florescimento do comércio e aos investimentos”, disse Zuma.
No seu longo discurso, Zuma desafiou os empresários de ambos os países a explorarem as oportunidades que surgem com a crise financeira que actualmente afecta o Ocidente, e que poderá ter repercussões negativas em África.
“Apesar de ser uma situação difícil para todos, também devemos recordar que esta crise representa oportunidades para a inovação e expansão de novos mercados dentro do continente e também para as economias emergentes no Sul tais como a China, o Brasil e a Índia”, disse Zuma, considerando urgente a necessidade de aumentar o comércio e investimento intra-africanos.
“Hoje, já não precisamos de atravessar os oceanos para nos tornarmos empresários poderosos. É só atravessarem rios como Limpopo e Zambeze”, disse ele, acrescentando que “por isso, é importante que a África do Sul acredite na abordagem do desenvolvimento da integração regional dos países da SADC para criar economias de escala sustentáveis e economias produtivas na nossa região”.
Jacob Zuma disse que a integração regional joga um papel importante na construção de uma capacidade produtiva e industrial nas economias da região e na abordagem das preocupações do lado da oferta tais como infra-estruturas, incluindo estradas, linhas-férreas, transmissão e produção de energia.
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