terça-feira, 31 de maio de 2016

Brasil/Impeachment é “jeitinho” na Constituição, diz The Economist



27 maio 2016, Agência PT http://www.pt.org.br (Brasil)

Parlamentares contornaram a Constituição para afastar uma presidenta que não cometeu nenhum crime, afirma revista britânica


A revista “The Economist” afirmou que o impeachment da presidenta eleita Dilma Rousseff (PT) foi um jeitinho brasileiro na Constituição Federal. Na reportagem, a publicação britânica explica que a palavra “jeitinho” significa uma maneira brasileira de solucionar as coisas contornando as leis, ou seja: sem legalidade.

Na matéria, a revista lembra que Dilma foi afastada do cargo sem nenhuma comprovação de crime. E que muitos políticos que votaram pelo impeachment recorrem ao “jeitinho” em sua trajetória política – em crimes durante a captação de recursos para a campanha,
por exemplo.

O texto explica o caráter cultural da palavra “jeitinho” e remonta o passado colonial do Brasil para explicar porque aqui muitas vezes a lei não é respeitada.

Parlamentares
Também no Reino Unido, um grupo de 20 parlamentares britânicos – a maioria do Partido Trabalhista local -- condenou o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. No texto, eles afirmam ser completamente errado que alguns parlamentares ignorem o voto de 54 milhões de brasileiros.

Segundo eles, o novo governo golpista de Michel Temer (PMDB) mostra sua falta de representatividade, com um gabinete totalmente masculino, e implementando reformas neoliberais.

“O governo interino não tem mandato para implementar políticas que revertam os programas sociais que levou 40 milhões de pessoas da pobreza. Juntamo-nos movimentos progressistas políticos e sociais, e grupos brasileiros de toda a sociedade civil global, incluindo o movimento sindical , em condenar essa tentativa de derrubar a democracia no Brasil”, afirma.

Confira aqui a repercussão internacional da crise política no governo Temer.


----------- Relacionada


Imprensa internacional repercute áudios que comprovam conspiração

24 maio 2016, Agência PT http://www.pt.org.br (Brasil)

Mídia estrangeira fala claramente o que veículos golpistas brasileiros tentam esconder: gravação de conversas entre Jucá e Machado reforçam tese de golpe.

Para boa parte da imprensa internacional, a divulgação do áudio com as conversas entre o ministro Romero Jucá (PMDB-RR) o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado reforça a tese do governo afastado de que o processo de impeachment de Dilma Rousseff teria sido arquitetado para barrar as investigações da Operação Lava Jato. Os jornais britânicos “The Guardian” e “Financial Times”, assim como o americano “New York Times”, o alemão “Deutsche Welle” e o argentino “Página 12″ afirmaram que essa é a primeira grande crise do governo Temer, e enfatizam os indícios de conspiração contra a presidenta eleita Dilma Rousseff como artífice para abafar mais facilmente denúncias de corrupção contra empresários e políticos. The Guardian O jornal britânico “The Guardian” repercutiu nesta segunda-feira (23) a notícia sobre as gravações  que indicam uma conspiração para retirar a presidente Dilma Rousseff. O afastamento faria parte do plano para estacar as investigações da operação Lava Jato.

A Deutsche Welle, serviço de comunicação pública da Alemanha, aponta uma crise tão profunda no governo interino de Michel Temer (PMDB) que pode gerar o retorno da presidente Dilma Rousseff. A reportagem questiona até por quanto tempo Temer conseguirá se manter no posto de presidente. “Apenas 12 dias após o impeachment de presidente Dilma Rousseff, o governo do presidente interino Michel Temer está sendo abalado por seu primeiro escândalo”, diz o texto ao se referir à divulgação dos áudios das conversas entre o senador Romero Jucá e o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado.

Página 12 O jornal argentino Página 12 publicou também nesta segunda-feira (23), na sua versão impressa, nota em que destaca que foram necessários apenas onze dias para que acontecesse o primeiro grande escândalo do governo interino do vice-presidente em exercício Michel Temer. Intitulado  “Confissões de um golpista“, artigo refere-se ao vazamento de áudios de conversas entre o senador e ex-ministro do planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Financial Times  O também britânico Financial Times  disse que a saída de Jucá pode prejudicar o governo Temer, “bem quando ele está tentando lançar um plano econômico ambicioso que visa equilibrar as contas do Brasil e lançar as bases para uma recuperação econômica.”

New York Times Já o americano “The New York Times” afirma em nota que as “transcrições sugerem um plano por trás do esforço de afastar a presidente do Brasil”. “O presidente interino do Brasil, Michel Temer, sofreu um grande revés em sua campanha para ‘conquistar’ o país”, devido ao surgimento de gravações que sugerem “que um de seus ministros tramou para parar a investigação na Petrobras ao buscar o impeachment de Dilma Rousseff”, constata. Para o jornal, fica muito claro que Dilma tinha que ser afastada para possibilitar uma negociação que interrompesse a investigação da Lava Jato. E afirma: “Foi Jucá que comandou o movimento decisivo para a movimentação da engrenagem que permitiu a votação na Câmara, o desembarque do PMDB”.

Deutsche Welle O jornal alemão “Deutsche Welle” definiu como “a primeira grande bomba do governo Temer” a gravação que mostra Romero Jucá, homem forte do presidente interino, sugerindo um pacto para frear a operação Lava Jato. “Gravação eleva desconfiança sobre intenções do governo em relação à operação”, reforça. Segundo o periódico, “o episódio envolvendo Jucá também ocorre em um momento delicado para Temer, que tenta aprovar reformas econômicas e garantir um bom relacionamento com o Congresso”. “Considerado um negociador habilidoso, Jucá recebeu o ministério com a missão de encaminhar projetos do governo para melhorar as finanças públicas e aliviar a crise”, completa. Em outro trecho da matéria do DW, o analista político francês Garpard Estrada avalia que o novo episódio explicita que o “impeachment não resolveu nada”. “A crise política continua. Fica claro que o problema não era só a corrupção do PT, mas o esgotamento de todo o sistema e a relação entre dinheiro e política. O Executivo de Temer é tão frágil como o de Dilma. Ele está dependente de pessoas como Jucá e precisa lidar com um Congresso fortalecido que quer enterrar a Lava Jato”, diz o especialista. Leia o texto do DW (em português) aqui.

El País Nesta terça-feira (24) o jornal espanhol “El País” repercutiu a demissão do ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR) após o vazamento de um diálogo onde “insinuava que a saída de Dilma Rousseff do poder ajudaria a brecar as investigações anti corrupção”; o periódico afirmou que “muitos viram em suas palavras um mau presságio a respeito do novo poder Executivo, que, apesar do discurso de renovação, contra a corrupção, o que se pretende é minimizar o caso Petrobras, que atinge vários partidos, incluindo o do presidente Temer”. Para “El País”, a gravação cai como uma bomba para o governo golpista de Michel Temer, que “já enfrenta desconfiança por seus vínculos com o caso Petrobras”, e afirma que apesar de dizer que não vai interferir nas investigações, Temer nomeou para cargos chave em seu governo nomes “não de todo limpos”, como Alexandre Moraes, Gustavo do Vale Rocha, Carlos Henrique Sobral e Marcelo Ribeiro do Val, que tem vínculos com Eduardo Cunha, acusado de ter contas milionárias na Suíça, possivelmente de fundos vindos da corrupção da Petrobras.

Da Redação da Agência PT de Notícias, com informações do Brasil 247

Nenhum comentário: