quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Angola/ Primeiro-ministro incentiva investigadores à recapitulação da história pré-colonial

Luanda, 26 setembro 2007 - O primeiro-ministro, Fernando da Piedade Dias dos Santos, apelou terça-feira à ambição e empenho dos estudiosos e pesquisadores para o aprofundamento das investigações que levem à descoberta do passado histórico de Angola e dos seus povos, antes da presença dos portugueses.


Fernando da Piedade fez o apelo na sessão de abertura do III encontro internacional sobre a história de Angola que, durante quatro dias, "visa revisitar as temáticas que, até agora, foram pouco ou quase nunca investigadas ou que não tenham merecido a atenção devida dos investigadores".


Segundo o primeiro-ministro, é preciso "sermos mais ambiciosos no sentido de recuarmos no tempo e aprofundarmos as investigações com vista a descobrirmos o nosso passado histórico antes da chegada dos portugueses", isto é, as grandes migrações dos povos bantu de África e a sua expansão.

"Este é um exercício indispensável na recapitulação fiel da nossa história", disse, frisando que apesar da existência de um vasto acervo documental, que cobre determinadas épocas, nada impede que sejam feitas investigações no sentido de serem confirmados os dados existentes.


Para o efeito, o primeiro-ministro considera importante a consulta exaustiva das diversas fontes de pesquisa existentes no país e no mundo, incluindo as não escritas, isto é, ligadas à tradição oral, que os anciãos dominam, através dos seus vastos conhecimentos.


Neste sentido, reiterou o apoio do governo em todas as acções que visem o desenvolvimento do país, porque "a compilação escrita de dados sobre a história de Angola constitui um dos pilares da existência do nosso país".


Contudo, chamou a atenção para que os factos que compõem a história de Angola e do seu povo sejam analisados com a devida neutralidade, transparência e profissionalismo, de modo que não possam ser omitidos, alterados ou contornados.


São os casos da narração da evolução histórica de Angola, desde a chegada de Diogo Cão até aos dias de hoje, as alianças estabelecidas entre os portugueses e os diferentes reinos de Angola, as origens do cristianismo, as migrações dos diferentes grupos étnicos, tráfico de escravos e a luta de libertação nacional, entre outros.


Terminada a cerimónia de abertura do encontro, o primeiro-ministro inaugurou, no Hall do Centro de Convenções de Talatona, ao sul de Luanda, uma exposição bibliográfica, com "Documentação Transcrita e alguns Estudos sobre a História de Angola".

Na exposição estão patentes exemplares de obras como "História do reino do Congo", "História de Angola (1648/1836)", "Angola: apontamentos sobre a ocupação e início do estabelecimento dos portugueses no Congo, Angola e Benguela".


Relevantes são também as obras "Dicionário Glossográfico e Toponímico (séc. XV-XVI), "História Geral da Guerra Angolana (1681)" e "Angola: Apontamentos sobre a colonização dos planaltos e litoral do sul de Angola".


Este encontro é o segundo fórum de carácter histórico-cultural de magnitude internacional que se realiza em Angola, no espaço de uma semana, sob a égide do Ministério da Cultura.


O primeiro, a mesa redonda internacional sobre "Mbanza Kongo cidade a desenterrar para preservar", decorreu de 19 a 21 também do mês em curso, naquela histórica cidade, actual capital da província do Zaire. (AngolaPress)


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