quarta-feira, 23 de maio de 2007

Moçambique / Nomeado consórcio para financiar reversão de Hidroeléctrica de Cahora Bassa

O Governo de Moçambique, representado pelo Ministério da Energia, atribuiu o mandato para o financiamento da reversão da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) a um consórcio integrado pelo banco francês Calyom, que actua como líder, e pelo Banco BPI (Calyon/BPI). Este consórcio fica, assim, responsável pela estruturação e tomada firme dos fundos necessários ao pagamento pelo Governo de Moçambique ao Estado português do preço acordado para a reversão a favor de Moçambique de uma participação de 85 porcento do capital da HCB.

A reversão da HCB, segundo o acordo firmado em finais do ano passado pelos dois Governos (de Moçambique e Portugal) deverá acontecer mediante o pagamento, pelo primeiro, de cerca de 950 milhões de dólares norte-americanos. Parte deste valor, ou seja, cerca 250 milhões de dólares, já foi paga, faltando agora a liquidação dos restantes 700 milhões de dólares.

Fonte governamental moçambicana refere que a selecção do consórcio Calyon/BPI resultou do processo de consulta internacional lançado pelo Executivo, em 5 de Fevereiro de 2007, ao qual concorreram outros quatro consórcios bancários integrados por instituições internacionais, sul-africanas e portuguesas (Standard Bank/Rand Merchant Bank/DBSA, BCP Millennium/ABSA Capital/Investec/Nedbank/BIM Millennium/Banco Austral/BMI, BNP Paribas/Deutsche Bank e Morgan Stanley isoladamente).

O consórcio seleccionado propõe-se a desenvolver uma estratégia de sindicação internacional da operação de financiamento da reversão da HCB, contribuindo, assim, para a criação, nos mercados financeiros internacionais, da visibilidade e confiança necessárias para o lançamento futuro de outros grandes projectos moçambicanos, em moldes de financiamento independentes.

O consórcio irá iniciar de imediato os trabalhos de estruturação e montagem do financiamento da reversão da HCB, com vista ao cumprimento dos prazos previstos nos acordos relactivos à reversão da HCB, que prevêem a utilização dos fundos até ao final de Dezembro de 2007.

O Calyon faz parte do grupo francês Crédit Agricole, um dos maiores grupos financeiros do mundo, e resultou da fusão, em 2004, das actividades de “corporate and investment banking” do Crédit Agricole e do Crédit Lyonnais. Está presente directa ou indirectamente em 55 países, entre os quais a África do Sul. Em 2006, o Calyon conquistou o título de “Global Bank of the Year” nos PFI Awards, sendo o número um nas tabelas mundiais de “lead arrangig” no sector de energia.

O Banco BPI é uma instituição portuguesa criada em 1985, com uma base accionista internacional, da qual fazem parte “La Caixa”, de Barcelona (Espanha), o Banco Itaú (Brasil) e a Allianz (Alemanha). O BPI tem uma forte presença em Moçambique, com uma participação de 30 porcento do BCI Fomento, e é líder de mercado em Angola, através do BFA, Banco de Fomento Angola, cujo capital detém a 100 porcento. (Notícias / Quarta-Feira, 23 de Maio de 2007)

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