quarta-feira, 30 de maio de 2007

Angola / Embaixador destaca importância da promoção da cooperação Sul-Sul

O representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, Ismael Gaspar Martins, disse terça-feira, em Nova Iorque, Estados Unidos da América, que a promoção e reforço da cooperação Sul-Sul é uma ferramenta importante para a implementação de estratégias de desenvolvimento.

Falando durante a 15ª sessão do Comité de Alto Nível para a Cooperação Sul-Sul, que decorre de 29 de Maio a 01 de Junho do corrente, na sede da ONU, em Nova Iorque, o diplomata angolano defendeu que a erradicação da pobreza e o alcance de um crescimento económico sustentado e desenvolvimento sustentável, num ambiente de paz e segurança é o maior desafio para os países em desenvolvimento.

A 15ª sessão está a analisar o estado de implementação do Plano de Acção de Buenos Aires, bem como a identificação de estratégias conducentes á uma melhor sistematização e implementação da agenda sobre a cooperação Sul-Sul, como complemento da cooperação Norte-Sul e da Triangular.

"Como o relatório assim o diz, apesar de alguns desenvolvimentos no que toca redução da pobreza, há, no entanto, preocupação de que alguns países não atingirão uma taxa de crescimento (meta) na ordem dos sete porcentos, dada a desigualdade que ainda persiste, particularmente nos países menos avançados", disse Ismael Martins. Destacou igualmente a expansão da cooperação Sul-Sul, nomeadamente no capítulo da transferência de tecnologia, saúde, partilha do conhecimento, segurança alimentar, educação e alfabetização, capacidade humana e mitigação de desastres.

Para ele, não obstante as organizações regionais e o sistema da ONU estarem a incorporar os princípios da cooperação Sul-Sul nas suas políticas e programas é importante sistematizar a agenda da cooperação Sul-Sul.

"A cooperação Sul-Sul continua a ser um complemento importante à cooperação Norte-Sul. Os países em vias de desenvolvimento devem continuar engajados com vista ao reforço da parceria global tão necessária, para o alcance dos objectivos internacionalmente acordados, incluindo os objectivos do desenvolvimento do milénio", referiu.

Ismael Martins disse ainda que os progressos atingidos na vertente da consolidação da paz e crescimento económico beneficiaram e continuarão a beneficiar da assistência valiosa "dos amigos" de Angola nos países em desenvolvimento.

O Governo de Angola está a implementar uma série de medidas e políticas que visam alcançar a estabilização macro-económica, reduzindo a inflação, estabelecendo taxas de juros e de câmbio, cujo resultados são universalmente conhecimentos.

"Simultaneamente, o Governo está engajado na reabilitação das infra-estruturas económicas para garantir a provisão de transporte, comunicações, acesso a energia, educação, saúde e oportunidades económicas e igualdade do género. Como resultado disso, a economia mantém-se entre as melhores em África", sublinhou.

O Comité sobre a cooperação Sul-Sul foi constituído para seguimento da implementação do Plano de Acção de Buenos Aires sobre a cooperação técnica e económica entre os países em desenvolvimento, adoptado em Buenos Aires em Setembro de 1978.

O Plano de Acção de Buenos Aires foi a expressão das aspirações dos países em desenvolvimento e a emanação dos seus anseios na promoção da cooperação técnica e económica entre si, bem como complemento da cooperação Norte-Sul.

Participaram nesta 15ª sessão, representantes dos Estados Membros, de organizações internacionais, bem como de órgãos, fundos e programas da ONU.

De realçar que no dia 8 de Maio do corrente, foi eleito um novo Bureau do Comité sobre a cooperação Sul-Sul para o biénio 2007-2009.

O Bureau é agora presidido pelo embaixador Abdulaziz Al-Nasser, representante Permanente do Estado do Qatar e integram dois vice-presidentes dos quais, a ministra conselheira Isabel Godinho da missão permanente de Angola junto da ONU e o ministro conselheiro, Sergi Rachkov, da Bielorússia.

A indicação dos membros do Bureau foi apresentada pelos respectivos grupos regionais. (AngolaPress / Nações Unidas, 30/05/2007)

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