domingo, 8 de junho de 2014

TRÁFICO DE DROGA NA GUINÉ-BISSAU: Ramos-Horta discorda com a Interpol

7 junho 2014, Jornal Notícias http://www.jornalnoticias.co.mz (Moçambique)

O reprsentante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, rejeitou terça-feira em comunicado, a ideia de que o tráfico de droga seja a principal preocupação na Guiné-Bissau, tal como referido na segunda-feira pela Interpol e por outro representante da ONU.

“Em mais de um ano de presença activa no país, José Ramos-Horta nunca observou que este seja o principal problema”, escreve-se num comunicado do Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS).


No documento, Ramos-Horta considera que os problemas mais graves “são a rapina das florestas e dos mares, a má gestão dos recursos nacionais, a extrema pobreza e a corrupção”.

“O tráfico de droga na Guiné-Bissau é diminuto comparativamente a outros países da região, que certos interlocutores internacionais não têm a coragem de identificar, arranjando no entanto coragem para apontar o dedo ao país mais fraco, que é a Guiné-Bissau”, refere.

Ramos-Horta lamenta que ao longo de mais de um ano nunca tenha havido resposta aos apelos, que fez para uma “mobilização imediata de recursos visando à capacitação aérea e marítima para pôr cobro ao tráfico de droga e à pesca ilegal” no país.

“A comunidade internacional tem de passar a ser coerente com o que diz, realizando acções concretas na área do policiamento marítimo, formação e equipamento da Polícia Judiciária, Polícia Marítima e sistema judicial para pôr fim aos abusos e à impunidade”, sublinha
Para o representante da ONU, “África tem de deixar de ser o bode expiatório para os produtores e traficantes de droga da América Latina e os seus habituais cúmplices na Europa”.

Na segunda-feira, durante uma visita a Bissau, Ronald Noble, secretário-geral da Interpol -- Organização Internacional de Polícia Criminal --, referiu que o “tráfico de droga” continua a ser a principal preocupação do ponto de vista do crime organizado no país.

Na mesma visita, Saidi Djinnit, representante das Nações Unidas para a África Ocidental, concordou com a ideia e realçou até que nos últimos anos a África Ocidental passou a ser também “uma zona de consumo e produção” de droga.


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