sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Angola/SADC: Presidente em exercício defende organização activa

Luanda, 17 agosto 2011 (AngolaPress) – O novo presidente da SADC, estadista angolano, José Eduardo dos Santos, defendeu hoje (quarta-feira), em Luanda, a elevação da comunidade a novo patamar, tornando-a parte activa do desenvolvimento e do mundo.

Ao discursar na qualidade de presidente em exercício da SADC, José Eduardo dos Santos sublinhou que se integra nesse processo evolutivo a revisão, em curso, do Programa Indicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional (RISDP), que irá permitir redefinir as prioridades em termos de programas e projectos, modelar o trabalho e influenciar a qualidade de vida dos seus cidadãos.

Advogou que a iniciativa poderá ser precussora de um novo paradigma, com base no qual a SADC passará a operar para alcançar os seus nobres objectivos.

José Eduardo dos Santos disse ser necessário que a integração seja sustentada e equilibrada, por forma a influenciar uma nova ordem económica, em que os legítimos interesses de todas as Nações sejam respeitados e tidos em consideração.

“Ao revermos o Programa Indicativo Estratégico do Desenvolvimento Regional (RISDP), que constitui o núcleo do Programa de Acção da SADC, deveremos necessariamente adequar os nossos procedimentos, reestruturados em 2003, de modo a obtermos melhores resultados em termos de custos e benefícios” afirmou o Presidente.

Pediu que se tenham em conta os défices nas balanças comerciais dos estados membros, dado que eles se encontram na base da migração desequilibrada de mão-de-obra, das diferenças de migração da força de trabalho em geral, e dos quadros em particular.

Referiu que isso só pode ser alcançado através do aumento da competitividade de cada Estado, prestando-se a devida atenção ao necessário equilíbrio entre os interesses colectivos e os interesses próprios de cada país membro da SADC.

Manifestou o interesse de Angola em fomentar o desenvolvimento de infra-estruturas que constituam, de facto, um estímulo adicional para o crescimento económico e, especialmente, para o investimento e o desenvolvimento do comércio.

Neste sentido, declarou, a concretização do Plano Director de Infra-estruturas da SADC afirma-se como uma prioridade, por forma a colher vantagens dos imensos recursos naturais e das vastas extensões de terras férteis para a prática da agricultura e a promoção do desenvolvimento agro-industrial, em benefício dos povos da região.

Sublinhou que a decisão tomada, em 2006, de incrementar a integração económica e regional está a produzir os seus frutos por estar já a vigorar a Zona de Comércio Livre da SADC, e haver intenções de se avançar para a “grande” Zona de Comércio Livre da COMESA-EAC-SADC, que integra o Leste de África e a África Austral.

José Eduardo dos Santos afirmou que a integração continental constitui o objectivo final, pelo que tem de se trabalhar com grande sentido de responsabilidade, de harmonia com o tratado de Abuja e com o Plano de Acção de Lagos.

Segundo o estadista, “não obstante os grandes passos que estamos a dar nos mais distintos domínios da integração, não podemos descurar a complexidade e as condições concretas desse processo e outras peculiaridades, incluindo as assimetrias numa ou noutra esfera, que necessitam de ser esbatidas e que nos levam a aceitar com pragmatismo uma integração gradual”.

Referiu que o “efeito dominó” a que se assiste nos países que integram a União Europeia, num espaço mais homogéneo e mais desenvolvido e cujas nações já percorreram um caminho mais longo de consolidação, deve levar a reflectir e a adoptar atitudes e decisões mais ponderadas, de modo a que cada passo traduza, de facto, a firmeza e robustez do processo de integração e seja capaz de incentivar sem receios o passo seguinte.

Aconselhou, não obstante os desempenhos positivos das economias da região e do processo de integração da comunidade, a não se alhear o facto de estarmos todos inseridos na economia mundial e sujeitos, por conseguinte, aos seus efeitos.

"É com redobrada satisfação e sentido de responsabilidade que aceito assumir os destinos da nossa organização de integração regional, ciente dos inúmeros desafios a que teremos de fazer face, mas com a certeza de que, com o vosso apoio e solidariedade, encontraremos sempre as soluções mais adequadas e convenientes para seguir em frente", terminou.

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