segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Angola 35 anos/Ministra da Cultura elege liberdade e autodeterminação como ganhos

Luanda, 11 novembro 2010 - A conquista da liberdade, a autodeterminação do povo e a recuperação de valores socioculturais foram apontados hoje, quinta-feira, em Luanda, pela ministra angolana da Cultura, Rosa Cruz e Silva, como os ganhos maiores do país com a conquista da Independência Nacional, há 11 de Novembro de 1975.

Em declarações prestadas à Angop, no aeroporto internacional 4 de Fevereiro, a propósito dos 35 anos de Independência Nacional que hoje se comemoram, a governante realçou que o sistema colonial não permitia que os angolanos se manifestassem nas suas expressões culturais genuínas e as assumissem.

"Esse processo de recuperação de valores da cultura, da identidade, é dos maiores ganhos que obtivemos”, enfatizou.

Sobre o sector que dirige, Rosa Cruz e Silva apontou a formação de quadros como a principal conquista ao longo dos 35 anos de independência.

Enfatizou que à data da independência o seu sector possuía poucos quadros angolanos e que, embora precise formar mais, com os que foram sendo formados no pós independência foi possível engrandecer a cultura angolana, seja nos domínios da música, do teatro, das artes plásticas e do cinema.

Reconheceu ter muito por se fazer ainda no domínio da museologia, mas afirmou que as instituições culturais que hoje existem (inexistentes antes da independência), são uma mais valia para o sector da Cultura.

“É preciso não esquecer que o nosso país sofreu momentos muitos difíceis, com as invasões, guerras, destruição das infra-estruturas como estradas, instituições públicas, equipamentos, o que não permitiu com que pudéssemos ter atingido outros patamares”, sublinhou.

No entanto, é de opinião que os oito anos de paz permitiram a abertura e a expansão de realizações que já deram sinais positivos na colocação de Angola no concerto das nações.



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Angola/Estátua em homenagem a Ekuikui II inaugurada no município do Bailundo

Luanda, 11 novembro 2010 – A sede municipal do Bailundo, a cerca de 82 quilómetros a norte da cidade do Huambo, vai contar a partir de hoje, quinta-feira, com uma estátua de seis metros de altura, feita em bronze, retratando o rei Ekuikui II, em reconhecimento dos seus feitos e do seu reinado na luta contra a invasão colonial.

Essa informação foi avançada à Angop, no aeroporto de Luanda, pela ministra da Cultura, Rosa Cruz e Silva, antes de se deslocar ao planalto central para proceder à inauguração do referido monumento, acto enquadrado nas festividades do 35º aniversário da independência nacional, que hoje se assinala.

Segundo a governante, a construção do monumento em homenagem a Ekuikui II enquadra-se num programa do seu pelouro, visando a divulgação e valorização de figuras históricas nacionais e enaltecer os seus feitos em prol das guerras de resistência contra a ocupação colonial, de liderança e de condução dos destinos dos seus povos.

Revelou que a reconstituição da imagem de Ekuikui II do Bailundo foi feita com base numa fotografia da época, tirada por missionários canadenses por altura de 1890, e que se encontrava em arquivo.

“Houve encontros de técnicos com as autoridades tradicionais, algumas figuras influentes do Bailundo e da província do Huambo, que foram dando o seu saber sobre a forma de ser e de estar de Ekuiukui II, nomeadamente os símbolos do poder e a indumentária. Pois, na fotografia o soberano está sentado e não se vê convenientemente a componente roupa, sendo por isso objecto de um estudo apurado”, explicou.

Rosa Cruz e Silva enfatizou que trabalharam também com a colaboração do actual soberano do Bailundo, Augusto Katchitiopololo (Ekuikui IV), que se reconhece na imagem reproduzida, uma vez que se trata do seu avô.

Na mesma senda, a também coordenadora da comissão de divulgação e valorização de figuras históricas, disse que está na forja a reconstituição em estátua da imagem de outros soberanos, como do rei do Congo, Mandume (em execução), Ndongo (já existe a de Njinga Mbandi), do Kuito, das Lundas e de outras regiões de Angola.

“Existem também personalidades de quem não possuímos fotografias, dos séculos XIX e XX, mas temos descrições e por isso estamos a trabalhar também na reconstituição das suas imagens. Não se tratam apenas de políticos mas também de escritores, figuras religiosas, dentre outras”, elucidou.

Fazem parte da comitiva da ministra da Cultura, o secretário de Estado da Construção, Joanes André, e o director do museu da escravatura, João Lourenço.
O Reino do Bailundo foi fundado no século XV, quando ainda se designava por Halavala.

Durante esse período foram soberanos do Bailundo os reis Katiavala I, Jahulo I, Samandalu, Tchingui I, Tchingui II, Ekuikui I, Numa I, Hundungulo I, Tchissende I, Jungulo, Ngundji, Tchivukuvuku Tchama Tchongonga, Utondossi, Bonji, Bongue, Tchissende II, Vassovava e Katiavala II.

O reino do Bailundo teve ainda como soberanos Ekongoliohombo, Ekuikui II, Numa II, Moma, Kangovi, Hundungulo II, Mutu Ya Kevela (vice-rei), Tchissende III, Jahulo II, Mussitu, Tchinendele, Kapoko, Numa II, Pessela Tchongolola e Ekuikui III foram os soberanos que já dirigiram o reino do Bailundo, enquanto Augusto Katchitiopololo (Ekuikui IV) é o seu actual rei.

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