segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Cabo Verde/Governo prepara mobilidade legal entre arquipélago e UE

Praia, 10 novembro 2008 - Uma delegação do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento (IPAD) e um representante da Organização Internacional das Migrações (OIM) em Lisboa encontram-se em Cabo Verde para apoiar as autoridades locais a promover a mobilidade legal entre o arquipélago e a União Europeia (UE), segundo fonte oficial.
Esta mobilidade vai ocorrer no âmbito dum acordo de cooperação sobre as migrações e desenvolvimento existente entre as duas partes.
A missão tem o propósito de alargar o trabalho que já vem sendo feito pelo Centro de Apoio ao Migrante no País de Origem (CAMPO), inaugurado na cidade da Praia, a 24 de Janeiro deste ano, pelo secretário de Estado português dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e que se destina a apoiar os cidadãos cabo-verdianos que pretendam emigrar ou viajar para Portugal.
O objectivo agora é dar uma "dimensão europeia" ao projecto, criando condições para que no CAMPO os candidatos a emigrante possam encontrar informações sobre outros países europeus, além de Portugal.
Segundo o presidente do Instituto das Comunidades de Cabo Verde, Álvaro Apolo, o projecto passará agora a dispor de mais meios financeiros para que seja possível alargar o seu campo de actuação.
Para já, a União Europeia vai disponibilizar cerca de um milhão de euros, disse, explicando que este projecto se insere no âmbito da parceria para a mobilidade assinada pela UE com Cabo Verde.
Ele vai ser também um espaço de preparação das pessoas no mercado de trabalho em Portugal bem como na questão do retorno, ou seja, dar alguma capacitação aos potenciais empresários na diáspora, em Portugal e Espanha, e, possivelmente, numa fase posterior, em França, que queiram investir no arquipélago.
O projecto visa, ainda, facilitar a integração no mercado de trabalho daqueles que regressam de países europeus, ajudando-lhes a fazer o melhor uso possível dos seus conhecimentos e recursos adquiridos através da experiência migratória para o seu próprio benefício e para o desenvolvimento de Cabo Verde.
“Pensamos ainda ajudar os emigrantes que queiram investir em Cabo Verde, preparando-os para o ambiente de negócios em Cabo Verde", acrescentou Álvaro Apolo.
Ainda segundo o presidente do IC, está em discussão outra valência do projecto que consiste em dar aos emigrantes informações sobre associações cabo-verdianas e outros sistemas de apoio disponíveis nos países de acolhimento.
Com a criação do CAMPO, pretende-se ainda combater a emigração irregular, dando, à partida, informações claras e concretas aos candidatos à emigração, ao mesmo tempo que se procura fazer também a ligação das pessoas com as associações cabo-verdianas em Portugal e noutros países europeus. (AngolaPress)

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