sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Espanha/‘Estamos fartos de índios latinos’: Uma realidade oculta da imigração latinoamericana

[ADITAL] Agência de Informação Frei Tito para a América Latina

11 fevereiro 2010/DITAL http://www.adital.com.br

La Verdad

Tradução: ADITAL

O título desse escrito corresponde à declaração de um funcionário de imigração no aeroporto de Barajas, em Madri, ao revelar a verdadeira razão que está por trás do tratamento vexatório e racista que impõe, sistematicamente, aos viajantes "índios latinos" procedentes da América, a quem os agentes de imigração negam a entrada legal a Espanha, mesmo quando estão portando seu passaporte com o visto e outra documentação atualizada.

A agência de imprensa internacional Telesul publicou um informe intitulado originalmente "Em España no existen los derechos humanos para los latinos", escrito por Solvy Hernández, venezuelana que havia viajado a Madri para resolver assuntos relacionados com seu trabalho e estudos. Solvy Hernández se apresentou aos agentes de imigração com seu passaporte devidamente visado e com toda a documentação que o motivo de sua viagem requeria; porém, mesmo cumprindo com todos os requisitos, os agentes a separaram do restante dos passageiros para submetê-la e um intenso e intimidador interrogatório, no qual foi acusada de ter chegado a Espanha para ficar e viver ilegalmente. Depois do duro interrogatório, Solvy Hernández foi levada a um local onde estavam outros "índios latinos" que seriam deportados aos seus países de origem. A autora explica em seu escrito que no lugar havia somente um banheiro para todos sem paredes e sem portas e não havia papel higiênico; informou também que para dormir somente havia camas em más condições e sem colchão; que o lugar estava tão sujo que se sentia um mal cheiro insuportável devido á falta de limpeza. A autora relata também sobre o caso do "índio latino" que foi agredido violentamente por agentes do governo e sofreu uma sangrenta surra porque exigiu que lhe explicassem o porquê do humilhante tratamento que ele considerava ser injustificado.

O que aconteceu a Solvy Hernández no aeroporto Barajas, de Madri, não é novidade nem tampouco um fato isolado. O que ela relata tem acontecido por longo tempo não somente em Barajas, mas também em outros lugares como resultado de uma política racista oculta que o governo pratica através de seus agentes; porém, que nega sua existência e os fatos que produz. É uma repressão dirigida unicamente contra os indígenas ou mestiços da América Latina, que já produziu, inclusive, mortes de "índios latinos" em comissariados da polícia ou da criminosa guarda civil, que foram declarados oficialmente como "suicídios". Esses e outros crimes são a macabra manifestação de um rechaço e de um ódio racial tradicional que agora é intensamente exacerbado nos meios jornalísticos do sistema, em relação a uma suposta "integração" de todos os nativos da América ao sistema que a maioria rechaça por razões que conhecem; porém, não explicam. É um tema complexo que, para encontrar respostas, é necessário entrar em áreas que, aparentemente, não estão relacionadas; porém, que são realmente o fundo do que está por trás da onda racista em pleno século XXI contra os nativos da América, não somente na Espanha, mas também em outros países, incluindo os Estados Unidos, onde está a raiz de tão maligna e enferma ideologia. [...]

Ao publicar em meio impresso, favor citar a fonte e enviar cópia para: Caixa Postal 131 - CEP 60.001-970 - Fortaleza - Ceará - Brasil

Para receber o Boletim de Notícias da Adital escreva a adital@adital.com.br

Nenhum comentário: