Anna Malm* -- Correspondente
de Pátria Latina na Europa
As bases militares dos Estados Unidos na Colombia
assim como todas as outras no território da América Latina, significam um
perigo muito grande para a unidade e a segurança da América do Sul.
Os poderosos interesses americanos e da elite global,
no tempo da consolidação das primeiras bases mencionadas acima, ou seja em
2009, já estavam novamente a perscrutar a América Latina com renovado
interesse.
O fato é que forças muito reacionárias, que não deixam
passar nenhuma oportunidade de submeter o continente latinoamericano a novas
ameaças e riscos, unem-se aos acima mencionados interesses para conseguir seus
privilégios pessoais. [1]
A consequência é séria já que esses interesses
internacionais se organizam então para poder atacar de perto as organizações
latinoamericanas que dão força internacional ao continente. Na linha de frente
dos ataques então já se viu a ALBA, Aliança Bolivariana da América Latina e a
UNASUR, União das Nações Sul Americanas. [1]
A Aliança Bolivariana da América Latina- ALBA, foi
formada em 2004 e organiza esforços conjuntos no continente nas áreas da saúde,
educação, comunicação, assim como na do sistema bancário, comercial e
economico.[2] [3]
Na América Latina uma força conjunta efetiva
realiza-se através não só das organizações acima mencionadas como também das
abaixo mencionadas no ponto [3]. Todas essas organizações são organizações que
servem em primeira mão aos interesses do nosso continente, e não aos interesses
económicos das elites globais.
A Alemanha de hoje, não se sujeita a maquinações dos
interesses dos poderosos. Ela mesma é poderosa e vai e tira o que lhe pertence
por direito, não dando a ninguém o direito de subjugá-la ou explorá-la. A sua
força pessoal ela a substancia através da união européia, que é também em
primeira mão, uma organização para assegurar os interesses económicos dos
países europeus agregados.
Hugo Chavez faz muitos negócios com os Estados Unidos
fornecendo aos norte-americanos uma boa porção do petróleo que necessitam, mas
por conta disso não se subjuga, ou se deixa manipular. Muito pelo contrário.
Compreendendo a significância política da agregação de forças ele as cultiva e
defende, como todos deveríamos fazer.
O FMI, Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial
estas são organizações que tendo sido criadas em 1947 para assegurar o
concretizar e o mantimento da primacia americana e seus aliados na arena
internacional, ainda hoje mantém esses objetivos intactos. O núcleo do Conselho
de Segurança da ONU é prova disso, sendo como é uma relíquia do após-guerra de
1945. [4] Todos sabemos que uma reforma efetiva do modo de trabalho da ONU, e
não só do Conselho de Segurança para que essa possa vir a corresponder as
realidades de 2012, é simplesmente indispensável.
Assim como hoje se apresentam e nos seus aspectos mais
básicos e centrais os EUA- FMI-ONU-OTAN-UE -Banco Mundial, com suas diversas
ramificações assemelha-se a um bicho de sete cabeças onde não se sabe direito
onde um acaba e a outra começa.
Sendo assim não é de estranhar que a ONU apresente o
Banco Mundial como uma agencia especializada independente, pertencendo ao
sistema das nações. Assegura-nos então, no mesmo fôlego, que é só “por costume”
que as presidencias do FMI e do Banco Mundial são divididas entre a Europa e os
Estados Unidos. Os EUA tendo então a presidencia do Banco Mundial e a Europa a
do FMI.
Além ds bases norte- americanas na América Latina e no
Caribe ainda temos que seria ainda mais negativo para a unidade do continente
sulamericano se os Estados Unidos e as forças reacionárias conseguissem fazer
do Brasil um govêrno subordinado aos seus interesses. Esse seria um cenário
negativo não só para o Brasil, como também para a comunidade internacional.
Precisa-se de equilíbrio e além disso há o fato de que
o Brasil tem o direito de poder fazer negócios com quem bem entender, em total
liberdade se quizer fazer negócios com a China, a Rússia, ou a Alemanha ou
outros, e não há - ou não deveria haver - quem pudesse proibir o Brasil de
fazer negócios com a África, o Oriente Médio, ou com um país persa como o Irã.
Ressalta-se então a importancia do Irã como um enorme
potencial de mercado de investimentos - com capacidade para muitos e muitos
dividendos, e isso não só na área da energia, mas também como em muitas outras
áreas chaves e relevantes.
Porque fecha-se essa grande fonte de investimentos
para todos os concurrentes mundiais? Tem-se que compreender, que o Irã é a
segunda maior fonte de energia do mundo. Segundo só a Arábia Saudita. Isso tem
uma importância global imensa. Essa é uma realidade paupável, visível e real,
não uma fantasmagoria atômica. Esse não é um risco a se evitar. Essa é uma
oportunidade a não perder.
O Irã tem cerca de 75 milhões de habitantes. O Irã nos
últimos cem anos nunca agrediu ninguém. Porque iria começar com isso agora? Por
outro lado além de não ser agressivo, ao contrário de muitos outros, o Irã só
poderia ser então uma ameaça económica a Arábia Saudita e as descabidas
ambições de dominância imperial dos Estados Unidos, não só no Oriente Médio
como também pelo mundo todo. Já é hora dos Estados Unidos começarem a ver a si
mesmos como um país entre outros, danto a todos, inclusive a América Latina e
ao Irã, o devido respeito.
Relacionado ao tema segue que o Brasil também deveria
assegurar seus direitos de aderir ou apoiar as organizações que defendam os
direitos dos países latinoamericanos e por extensão as dos brasileiros, e não
se deixar iludir em caminhos ou opções nos fóruns interncaionais que sirvam –
como de costume - só e exclusivamente aos interesses dos Estados Unidos e seus
aliados.
REFERÊNCIAS E NOTAS:
[1] CHAVEZ: - BASES MILITARES AMERICANAS NA COLOMBIA:-
GOLPE CONTRA A UNIDADE DA AMÉRICA DO SUL –
[CHAVEZ: U.S. MILITARY BASES IN COLOMBIA:- STAB
AGAINST UNITY OF SOUTH AMERICA] [1]
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=17488
Global Research,
[2] Organizações Latinoamericanas. Nossa América –
ALBA. www.patrialatina.com.br –
[3] Anna Malm, “Parcerias Militares:-Refrescando a
Memória” - novembro 2012 - em www.bahnhof.se/224120
(Além da ALBA e da UNASUR, mencionadas acima, ainda há
a MERCOSUR, que age dentro de um sistema de mercado e alfândega comum, há já
vinte e um anos.
A CELAC –Comunidade de Estados Latino-Americanos e
Caribenhos, mostra-se como alternativa a OEA –Organização dos Estados
Americanos. A CELAC tem uma população de 600 miliões de habitantes, a ser
comparada com a população do Brasil de aproximadamente 194 miliões de
habitantes, ou com a população dos Estados Unidos de aproximadamente 313
miliões de habitantes.
Seiscentos milhões de habitantes da CELAC significa
muito em termos de potencial humano e económico. Sendo o produto nacional bruto
da CELAC de $6 triliões, a CELAC é indiscutivelmente uma força de muito peso na
arena internacional.)
[4] Vikipédia – www.wikipedia.org
*Anna Malm-
Licenciatura/Mestrado: Economia-Psicologia
Bacharelado: Ciência Política-Economia Nacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário