Estatísticas e testemunhos apresentados sábado, data em que se
comemorou o Dia Mundial de Luta Contra a SIDA, indicam que no país estão a
aumentar os serviços de Prevenção da Transmissão Vertical (PTV), e, simultaneamente,
cresce o número de mães seropositivas que dão à luz crianças livres da doença.
O Chefe do Estado falava sábado, na Matola-Rio,
província de Maputo, durante a passagem do Dia Contra SIDA, que este ano
decorreu sob o lema “É Possível Acabar Com a Transmissão do HIV da Mãe Para o
Filho”.
O enfoque deste ano relaciona-se com a necessidade de
intensificar e acelerar a prevenção combinada, cuja essência é fazer convergir
numa única orientação estratégica programas e intervenções, sendo de realçar a
prevenção da transmissão vertical; o aconselhamento e testagem; o tratamento; a
circuncisão masculina e a comunicação para a mudança social e de comportamento.
É assim que, na luta contra esta pandemia, o Governo
tem estado a apetrechar as unidades sanitárias com serviços PTV em todo o país,
tendo subido de 909 estabelecimentos em 2010, para 1063 no presente ano.
De acordo com os dados da PTV, no ano passado, 869.490
mulheres grávidas (79 por cento) das que foram à primeira consulta pré-natal
receberam aconselhamento e testagem, enquanto 70.270 receberam anti-retrovirais
para prevenir a transmissão vertical, o que corresponde a 69 por cento de todas
as mulheres infectadas. Em relação às crianças expostas, 37.977 (64 por cento)
receberam profilaxia anti-retroviral.
Um outro indicador de sucesso chega da província de
Sofala em que um grupo de 39 mulheres seropositivas da Associação
Kuphulumussana (isto é salvar um ao outro) recuperaram nas comunidades 4300
mulheres que haviam abandonado o tratamento anti-retroviral (TARV). Daquele
universo, 1928 ficaram grávidas e tiveram bebés sem HIV.
De 2001 até ao momento estima-se que existam no país
cerca de 200 mil crianças infectadas. Segundo Armando Guebuza, a cifra é
elevada e chama atenção para que aumente a coordenação entre os diversos
intervenientes de modo a eliminar aquela doença.
Perante canções e outras exibições evocativas desta
causa, o Chefe do Estado disse que o país está a ultrapassar um dos grandes
desafios que enfrentava, que era a moçambicanização das mensagens de luta
contra a SIDA.
Porém, apelou à maior e melhor coordenação das
actividades. Aliás, é tendo em conta esta realidade que, no ano passado,
Moçambique assumiu a Iniciativa Global de Eliminação da Transmissão Vertical.
Nesta perspectiva, o país fez uma revisão das metas
previamente estabelecidas em 2010, passando para redução para menos de cinco
por cento de transmissão vertical até 2015 e cobertura de 90 por cento de
profilaxia de anti-retrovirais para mulheres grávidas infectadas pelo HIV, 30
por cento de TARV para a mulher grávida.
De um modo geral, a prevalência do
HIV/SIDA no país é estacionária nos últimos três anos. De acordo com
estatísticas do Ministério da Saúde, dos 15 aos 49 anos de idade a prevalência
é de 11,5 por cento, calculando-se que haja mais de 1,4 milhão de pessoas
vivendo com a patologia. (Arsénio Manhice)
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