terça-feira, 30 de agosto de 2016

Inglaterra/Parlamentares britânicos condenam impeachment em carta no The Guardian

29 agosto 2016, Vermelho http://www.vermelho.org.br (Brasil)

Imagens da presidente afastada Dilma Roussef foram estampadas nos sites dos principais jornais mundiais nesta segunda-feira (29) devido ao seu pronunciamento no Senado contra o processo de impeachment. A mídia internacional destacou a acusação da petista de que há um "golpe" em curso no Brasil. As informações são da Agência Ansa. 

De maneira mais ousada, o jornal britânico The Guardian publicou uma carta aberta "condenando a suspensão da presidente Dilma Rousseff". "É completamente errado que alguns poucos parlamentares
se coloquem sobre a vontade política expressa nas urnas por 54 milhões de brasileiros", diz a carta, cujo título é "Suspensão de Dilma Rousseff é um insulto à democracia no Brasil".

"O novo governo mostrou suas verdadeiras facetas ao criar um gabinete sem representatividade, somente com homens, lançando políticas neoliberais que ferem milhões de trabalhadores e pessoas de baixa renda. O governo interino não tem mandato para implementar estas políticas", critica o texto. A carta é assinada por mais de 15 parlamentares trabalhistas britânicos, como Richard Burgon, Ruth Cadbury, Lord Martin John O'Neill e Andrew Gwynne.

"Nós estamos ao lado dos movimentos sociais e grupos civis da sociedade para condenar esse atentado contra a democracia no Brasil", finalizou o documento

"Rousseff diz que está ocorrendo um golpe de Estado no Brasil", publicou o espanhol El Pais, na mesma linha adotada pelo francês Le Monde e pelo argentino Clarín.

O jornal norte-americano The New York Times deu ênfase à promessa de Dilma de que "não será calada pelo processo de impeachment". A emissora latino-americana Telesur publicou que Dilma assegurou, durante todo seu pronunciamento, que não violou a Constituição nem cometeu crimes de responsabilidade em seu governo.

"Jamais atentaria contra o que acredito ou praticaria algum ato que seja contrário aos interesses dos que me elegeram", disse Dilma, citada pela rede de TV. 

Desde que foi afastada da Presidência para responder ao processo de impeachment, Dilma acusa a oposição de orquestrar um golpe de Estado e tenta denunciar o "golpe" no exterior. Ela chegou até a mencionar isso, sutilmente, em seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em abril. Fonte: Agência Brasil

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Dilma Rousseff’s suspension is an insult to democracy in Brazil

26 May 2016, The Guardian https://www.theguardian.com (GB)

We condemn the suspension of President Dilma Rousseff in Brazil. It is thoroughly wrong that a few parliamentarians trample upon the political will expressed at the ballot box by 54 million Brazilians. The new government has shown its true colours by appointing a non-representative, all-male, cabinet and launching neoliberal policies that will hurt millions of working and poorer people. The interim government has no mandate to implement policies that reverse the social programmes that took 40 million people out of poverty. We join Brazil’s progressive political and social movements, and groups from across global civil society including the trade union movement, in condemning this attempt to overthrow democracy in Brazil.

Richard Burgon MP (Labour)
Ruth Cadbury MP (Labour)
Jim Cunningham MP (Labour)
Andrew Gwynne MP (Labour)
Kelvin Hopkins MP (Labour)
Ian Lavery MP (Labour)
Clive Lewis MP (Labour)
Rachael Maskell MP (Labour)
Angus MacNeil MP (SNP)
Grahame Morris MP (Labour)
John Nicolson MP (SNP)
Liz Saville Roberts MP (Plaid Cymu)
Tommy Sheppard MP (SNP)
Lord Jeremy Beecham (Labour)
Lord Martin John O’Neill (Labour)
Jenny Rathbone AM (Welsh Assembly, Labour)
Claudia Beamish MSP (Labour)
Neil Findlay MSP (Labour)
Iain Gray MSP (Labour)
Elaine Smith MSP (Labour)

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