segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Moçambique/“Governo dará resposta a ameaças à nossa soberania” -- Guebuza

23 fevereiro 2014, Jornal Domingo http://www.jornaldomingo.co.mz (Moçambique) 
O Presidente da República, Armando Guebuza, inaugurou na passada quinta-feira em Maputo o Instituto Superior de Estudos de Defesa. Disse, na ocasião, que a inauguração do Instituto representa a reafirmação inequívoca da vontade do Governo de, gradualmente, dar resposta aos desafios que as novas ameaças à soberania impõem ao nosso Estado.
O estadista moçambicano referiu que com inauguração das novas instalações de especialização das FADM, o Governo mostra sinal inequívoco de que reconhece a necessidade que as Forças Armadas têm de possuir meios que lhes permitam superar dificuldades resultantesda descontinuidade geográfica do nosso território que se espalha pelas águas do Índico.
Guebuza, que é patrono da instituição, falava numa cerimónia que contou com a presença de antigos ministros da defesa, chefes de estado-maior das FADM, antigos combatentes e oficiais superiores do Exército e reiterou a necessidade assegurar a unidade nacional.
 “O Governo tem plena consciência de que o empenho das nossas Forças Armadas será sempre limitado e insuficiente em face destas ameaças difusas. Todavia, a complexidade e grandeza dessas ameaças não aconselham a indiferença nem a resignação”, disse Guebuza.
Recordou que foi graças a Forças Armadas bem treinadas, patrioticamente consciencializadas, dotadas de conhecimentos e equipamento à altura dos imperativos da época, e orgulhosas de serem herdeiras do
legado do 25 de Setembro, que
o país ergueu seu orgulho lutando visando a eliminação dos focos de ameaça do Estado.
Enfatizou que não é pensável, nem a nossa auto-estima o consentiria, que a defesa e a consolidação da nossa soberania pudessem, em algum momento, serem confiadas a terceiros, “pois isso seria a negação da nossa condição de Estado soberano, de um povo que soube lutar para ser dono dos seus destinos”.
O Chefe do Estado explicou ainda que a criação do Instituto Superior de Estudos de Defesa não é produto do acaso, nem mera vontade de aumentar o número de instituições de ensino superior militar no país. “É, isso sim, parte de uma resposta integrada às novas exigências que nos são colocadas pelas ameaças difusas à nossa soberania”, apontou.
O Presidente da República lamentou o facto de o país registar ainda sinais de ameaças directas à soberania, como ainda há pouco foram reportados ataques armados ao longo da Estrada Nacional Número Um, na zona de Muxúngwe, e em algumas regiões do distrito da Gorongosa.
Referiu que se trata de um assunto para cuja resolução o Governo está a apostar no diálogo aberto no interesse de preservação da paz e da harmonia entre os moçambicanos.
Contudo ajuntou que hoje multiplicam-se e metamorfoseiam-se ameaças à soberania do nosso Estando, o que exige, logicamente, a formação e a especialização de cada vez mais oficiais, o que requere a busca de respostas através da pesquisa e investigação que se deve desenvolver no instituto inaugurado.
“Neste sentido, o Instituto Superior de Estudos de Defesa deve orientar-se para a produção de conhecimento relevante evitando ser um instrumento apenas repetidor do que foi pesquisado noutras paragens e noutros contextos”, referiu o estadista, salientandoque é preciso ter presente a realidade nacional como farol e meta dos estudos.
De notar que o Instituto Superior de Estudos de Defesa ministrará os seguintes cursos superiores: Defesa Nacional, Estado-Maior Conjunto, Promoção a Oficial Superior, Capacitação de Comandantes de Batalhão, adequação de Quadros, todos para o nível de licenciatura.
A par destas especialidades, o instituto providenciará mestrados em Educação Cívica e Patriótica, Direito e Segurança; História Militar de Moçambique e História dos Movimentos de Libertação.
O Presidente da República apelou no sentido de a nova instituição de ensino, no seu princípio de sistematizar o saber militar, primar pela necessidade de convidar, como docentes e palestrantes, os protagonistas dos processos inerentes à História Militar Moçambicana como valiosas fontes primárias. 

  

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