sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Moçambique/X Congresso: Unidade, combate contra corrupção e abertura dominam debates


27 de Setembro de 2012/Rádio Moçambique http://www.rm.co.mz

Os delegados ao 10º Congresso da Frelimo reunidos em Pemba, desde o passado domingo, pronunciaram-se a favor de um partido onde perdure a unidade interna e se privilegie uma maior abertura e dialogo, em ordem a fortificar aquela que é a formação política que sustenta o Governo, desde a independência nacional, a 25 de Junho de 1975.

Grande parte dos intervenientes que usaram da palavra, tanto nos debates sobre o Relatório do Comité Central, quanto sobre a proposta de programa do partido, coincidiram na ideia de que a Frelimo está a crescer e a assumir-se como uma forca aglutinadora, sendo por isso necessário que reforce a sua coesão interna e continue a dirigir os destinos dos moçambicanos por via do seu Executivo.

A este respeito, Graça Machel, viúva do primeiro presidente de Moçambique independente, Samora Machel, falou da necessidade do partido se aproximar ainda mais ao povo, indicando também a pertinência do resgate de alguns valores que no passado marcaram o comportamento dos seus membros e simpatizantes.

Para tal, ela vai mais longe ainda desafiando os seus pares a considerarem a proposta de aprovação de um plano quinquenal que contribua para o aumento da identificação do povo com o partido, facto que disse não estar a acontecer.

Por seu lado, o delegado Camilo Ibraimo, também interveio corroborando com Graça Machel, e desejando que a Frelimo saísse do encontro de Pemba muita mais coesa e reforçada tendo em conta os próximos desafios eleitorais que se avizinham, nomeadamente, as eleições autárquicas de 2013 e as legislativas e presidenciais de 2014.

A este respeito, Tomaz Salomão, antigo membro da Comissão Politica do partido no poder, chamou atenção para a necessidade da Frelimo fazer uma introspecção sobre as razões que ditaram a sua derrota no Município de Quelimane, na provincial da Zambézia, de modo a que cenários de género não voltassem a ocorrer nos próximos pleitos para as municipais.

Todavia, e interpelado pelo Noticias, Julião de Castro, combatente a luta de libertação nacional, desdramatizou o facto de a oposição estar a dirigir alguns municípios em províncias politicamente estratégicas, ao afirmar que “ a Frelimo é um partido com uma forte capacidade de auto-superação e de se adaptar aos cenários e realidades de momento. Estamos a reflectir sobre os erros que teremos cometido e a capacitarmo-nos para reaver a presidência da Beira e Quelimane”.   

Apostar na agricultura


Um outro histórico do partido, Sérgio Vieira, foi ao pódio manifestar o seu desagrado pelas políticas que o país persegue no âmbito Agrícola.

Vieira chamou atenção para a necessidade do Governo prestar uma maior atenção no apoio ao sector, afirmando que os agricultores nacionais estão a ser penalizados em razão da concorrência desigual a que estão sujeitos perante os seus pares sul-africanos.

“Os agricultores do Chókwè queixam-se de que estão a produzir muito tomate mas que a sua produção não concorre no mercado nacional, devido aos baixos preços praticados pelos agricultores sul-africanos que inundam os mercados de Maputo”.

Para ele, o problema residente na cadeia de valor, onde será preciso combinar várias acções, como disponibilidade de água, energia, semente, as vias de acesso que facilitem a comercialização, o seguro agrícola, uma banca voltada para a agricultura entre muitas outras que estimulem os agricultores a aumentarem as suas áreas de cultivo e os seus rendimentos por hectare.

A propósito, o Presidente da Associação dos Produtores de Semente do Limpopo, Jaime Dimas, o qual explicou, em declarações ao nosso Jornal, que “nós temos a batata, cuja semente é subsidia pelo Governo. A partir dos meses de Setembro/Outubro até Novembro estarmos em colheita. É nessa altura que nós gostaríamos que o Governo procurasse formas de reduzir a importação desses produtos, de modo a podermos vender a produção nacional. É um problema grave no sentido em que nós não conseguimos pagar os investimentos. Devíamos vender a batata a dezoito meticais, mas chegamos a vendê-la a doze ou mesmo dez meticais apenas, o que é um autêntico prejuízo”.

 Explicou que muitos colegas seus estão em contas com a banca na central de risco, em razão das elevadas dividas que contraíram e que não estão agora em condições de liquidar devido o facto de anualmente somarem prejuízos.

No seu programa apresentado ao Congresso, a Frelimo reafirma que a agricultura é a base do desenvolvimento nacional e que promoverá um sector agrário dinâmico, integrado, prospero, competitivo e sustentável e que garante maior contribuição na economia do país através do aumento da produção de sementes melhoradas para os produtores.

Promete também melhorar a rede de infra-estruturas de estradas, de comunicações, favorecendo o desenvolvimento de mercados e a comercialização agrária. 

Corruptos denigrem imagem da Frelimo


A Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN) declarou ontem, na cidade de Pemba, em Cabo Delgado,  a necessidade fortificar e agudizar a vigilância  contra os infiltrados não só naquela agremiação, como também a nível do partido Frelimo.

O secretario geral da agremiação, Fernando Faustino,  que  lançou este aviso numa mensagem em saudação ao 10º Congresso, explicou que a coesão interna impõe novos desafios a associação bem como ao partido no poder, sustentando que “ nem todas as pessoas que ostentam  o cartão vermelho (cartão de membro da Frelimo) ”, comungam  os ideiais dos “camaradas” .

“Imbuídos de objectivos inconfessáveis, de coisas estranhas, servem-se da Frelimo como trampolim para a satisfação dos seus interesses egoístas, corruptos ambiciosos e oportunistas. Esses denigrem a imagem  do nosso partido a partir de  dentro,  fomentando o tribalismo, regionalismo, racismo e outras formas de  divisionismo e descriminação”, denunciou.

Frontais e destemidos, os combatentes denunciaram também a existência de  “ infiltrados” no seio da Frelimo que recorrem  as mais  variadas artimanhas, nomeadamente a mentira, confusão e a intriga para enfraquecer a coesão interna. (Com jornalnoticias.co.mz)

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