sábado, 27 de setembro de 2014

Angola/Parceria vitoriosa

27 setembro 2014, http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)

Cândido Bessa

O embaixador da China em Angola elogiou as autoridades angolanas por terem sabido manter a paz e estabilidade económica, apesar da "situação complicada que o mundo vive" e considera o país um exemplo para outros Estados que procuram o caminho do desenvolvimento.

Ao discursar no jantar em alusão aos 65 anos da proclamação da República Popular da China, Gao Kexiang destacou os esforços de Angola na diversificação, regularização e auto-determinação da economia e garantiu que o seu país vai trabalhar para “promover a parceria estratégica para um novo patamar, com base nos princípios de igualdade e benefício recíproco, cooperação mutuamente vantajosa e desenvolvimento comum".

“As relações sino-angolanas têm desempenhado um papel pioneiro e de vanguarda no
desenvolvimento das relações sino-africanas", disse o diplomata, que prometeu o empenho do seu país para aplicar os consensos estabelecidos durante a visita do Primeiro-Ministro chinês, Li Keqiang, a Luanda, em Maio.

Na altura, os dois países assinaram acordos para isenção de vistos de entrada em passaportes diplomáticos e de serviço, cooperação económica e técnica, troca de notas sobre o fornecimento de meios médicos e mobiliário hospitalar.
 
Angola e China assinaram outro acordo, para o financiamento das acções previstas no Plano Nacional de Desenvolvimento. A Agência Chinesa de Crédito à Exportação garantiu cerca de dois mil milhões de dólares para cobrir exportações chinesas para Angola. “Os factos já provaram e vão continuar a provar que o desenvolvimento das nossas relações bilaterais corresponde às necessidades de desenvolvimento de ambos os países, aos interesses de ambos os povos e à corrente histórica caracterizada pela paz, desenvolvimento e cooperação", disse o embaixador a dezenas de convidados, entre empresários, políticos e membros do corpo diplomático. Gao Kexiang afirmou que as propostas apresentadas pelo dirigente chinês, em Maio, indicam uma nova orientação para renovar a cooperação com o continente africano. 
Angola é o segundo parceiro comercial chinês no mundo lusófono, depois do Brasil.
 
As trocas comerciais entre a China e Angola mais do que duplicaram em quatro anos, subindo 110 por cento, para 35 mil milhões de dólares em 2013, com a balança comercial a ser favorável a Angola, devido ao petróleo.

De acordo com os dados oficiais da alfândega chinesa, as trocas comerciais entre os dois países passaram dos 17 mil milhões de dólares, em 2009, e bateram o recorde em 2012, ano em que o comércio entre os dois países chegou a valer mais de 37,5 mil milhões de dólares.
Quanto ao comércio com os países de língua portuguesa, manteve no primeiro semestre deste ano uma tendência de crescimento, à semelhança do que se verificou em 2013 (2,31 por cento).
 
As trocas comerciais ascenderam aos 131,46 mil milhões de dólares, dos quais 43,91 mil milhões referentes às exportações chinesas. O excedente dos países lusófonos deve-se exclusivamente às trocas comerciais da China com Angola e com o Brasil, representando somente este último país 65 por cento do volume total de negócios, atendendo aos dados do primeiro semestre.

Reformas positivas
Gao Kexiang afirmou que o desenvolvimento da China resulta das "reformas incansáveis" e que o seu país vai insistir, face à situação complicada da economia mundial, em acções para aumentar o emprego, equilibrar o crescimento regional, garantir a igualdade e justiça, melhorar a vida da população e promover o progresso social.
 
“Temos plena confiança em sustentar o desenvolvimento estável da economia chinesa a longo prazo", disse, para realçar que, nos últimos 36 anos de execução da política de reforma e abertura, o Produto Interno Bruto da China atingiu 9,4 triliões de dólares e catapultou o país para segunda economia do mundo. No mesmo período, mais de 600 milhões de chineses saíram da pobreza.
 
“O nosso objectivo é, até 2020, duplicar o PIB e a renda per capita em relação a 2010", afirmou, acrescentando que, em busca do desenvolvimento próprio, a China deseja que outros países do mundo realizem também a prosperidade e desenvolvimento.
 
“Ao longo dos 65 anos corridos, a República Popular da China tem empreendido com sucesso um caminho de socialismo com características próprias e conquistado êxitos reconhecidos a nível mundial", afirmou o diplomata.

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