terça-feira, 18 de junho de 2013

Brasil foi o destino do carregamento inaugural de gás natural liquefeito de Angola



17 junho 2013, Macauhub http://www.macauhub.com.mo (China)

O Brasil foi o destino do carregamento inaugural de gás natural liquefeito angolano, produzido pela Angola LNG na unidade de processamento do Soyo, na província de Cabinda, que pretende ter países asiáticos entre os seus principais clientes.

Depois de anos de preparação, incluindo um atraso de pelo menos 18 meses e um investimento de 10 mil milhões de dólares, coube a
Artur Pereira, presidente da da Angola LNG Marketing, anunciar no domingo a venda do primeiro carregamento à estatal Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), para exportação para o Brasil a bordo do navio Sonangol Sambizanga.

“O gás processado em Angola começa a ser exportado numa altura interessante, em que não se perspectiva a construção de novas unidades de processamento, atendendo a que o mercado de gás natural deverá manter-se limitado”, disse Artur Pereira, presidente da Angola LNG, Marketing, a propósito deste primeiro carregamento.

Artur Pereira adiantou que um “grande número” de carregamentos a serem processados na fábrica da Angola LNG, que tem como principal accionista a norte-americana Chevron, estão já contratados ou em negociação.

Mais dois a três carregamentos estão previstos em Junho e Julho, antes de uma paragem para verificação dos sistemas até à retoma da produção no quarto trimestre, adiantou a agência financeira Bloomberg.

Quando foi lançado, o projecto tinha como alvo principal o mercado dos Estados Unidos da América, mas o número crescente de projectos de extracção de gás de xisto reduziram substancialmente a procura pela matéria-prima naquele país, obrigando os responsáveis da Angola LNG a voltarem-se para mercados emergentes.

“Há quatro anos, o nosso projecto visava os Estados Unidos da América mas, atendendo a que ocorreu um abaixamento dos preços devido ao aumento da produção, estamos à procura de compradores alternativos”, disse António Órfão, presidente da Angola LNG, à agência financeira Reuters em 2012.

A Economist Intelligence Unit referia que os mercados na Ásia estavam no topo das alternativas, e que o Japão, em particular, mostrava “forte interesse em comprar gás natural angolano.”

Japão, Coreia do Sul e Taiwan apresentam-se actualmente como os mercados em que o crescimento da procura de gás natural é mais forte.

Esperava-se inicialmente que a produção de gás natural contribuísse com mil milhões de dólares para as receitas das exportações angolanas, ajudando o governo a reduzir a sua dependência do petróleo, mas as condições de mercado tornaram-se “mais incertas”.
Com uma capacidade de 5,2 milhões de toneladas, o projecto sofreu atrasos devido à necessidade de reformulação dos mercados de destino, a uma série de acidentes e até a falta de mão-de-obra qualificada, nos últimos meses.

A empresa tem como principais accionistas a Chevron (36,4%), Sonangol (22,8%), Eni e Total (13,6%).

O atraso na entrada em funcionamento da unidade levou a Economist Intelligence Unit a rever em baixa a previsão de crescimento económico em 2013, de 8,3% para 6,9%, elevando-se em 2014 de 5,8% para 6,6%.

O projecto Angola LNG deverá ainda garantir a Angola a entrada no Fórum de Países Exportadores de Gás (GECF, na sigla em inglês), que tem actualmente apenas cinco membros africanos.

O projecto inclui um gasoduto de 500 quilómetros que liga seis blocos no mar às instalações de liquidificação, de onde é exportado o gás, que até agora era queimado nos poços petrolíferos. (macauhub)

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