1 dezembro 2013, Facebook GUARANI/KAIOWÁ - Apelos pela Vida
Aty Guasu informa que no dia 29/11/2013, na aldeia
Jaguapiru-Dourados-MS, ocorreu uma reunião das lideranças da Aty Guasu com os
representantes Dr. Marcelo Veiga, representante do Ministério da Justiça, e Dr.
Nilton é da Secretaria Geral da Presidência da República.
Na ocasião dessa reunião, nós, lideranças da Aty Guasu, mais uma vez ressaltamos e relatamos aos representantes do Governo Federal que as organizações dos fazendeiros, SOBRETUDO AGRONEGÓCIO (FAMASUL, ACRISSUL, APROSOJA) juntamente com os políticos anti-indígenas continuam financiando as violências, discriminação, racismo e ódio contra as vidas dos povos Guarani e Kaiowá no MS.
Destacamos que povo Guarani e Kaiowá apenas reivindica uma parcela de território tradicional. Além disso, mencionamos que o povo Guarani e Kaiowá é paciente e sempre respeita o Governo e Justiça do Brasil, por isso mesmo o povo aguarda pacientemente pela demarcação e posse de suas terras tradicionais, há mais de vinte (20) anos e trinta (30) anos, mas no último caso, quando não há paralisação da demarcação das terras, os Guarani e Kaiowá começaram a fazer reocupação das terras tradicionais.
Evidenciamos que nós indígenas Guarani e Kaiowá
repudiamos as violências contra o ser humano. Na ocasião dessa reunião, nós, lideranças da Aty Guasu, mais uma vez ressaltamos e relatamos aos representantes do Governo Federal que as organizações dos fazendeiros, SOBRETUDO AGRONEGÓCIO (FAMASUL, ACRISSUL, APROSOJA) juntamente com os políticos anti-indígenas continuam financiando as violências, discriminação, racismo e ódio contra as vidas dos povos Guarani e Kaiowá no MS.
Destacamos que povo Guarani e Kaiowá apenas reivindica uma parcela de território tradicional. Além disso, mencionamos que o povo Guarani e Kaiowá é paciente e sempre respeita o Governo e Justiça do Brasil, por isso mesmo o povo aguarda pacientemente pela demarcação e posse de suas terras tradicionais, há mais de vinte (20) anos e trinta (30) anos, mas no último caso, quando não há paralisação da demarcação das terras, os Guarani e Kaiowá começaram a fazer reocupação das terras tradicionais.
Nós Guarani Kaiowá não incitamos a violência contra as vidas dos fazendeiros e políticos racistas e anti-indígenas. Além disso, relatamos aos representantes do Governo Federal que os fazendeiros, FAMASUL, ACRISUL, APROSOJA, políticos do MS, eles incitam diariamente violências, ódio, racismo e discriminação contra os indígenas, colocando as vidas dos indígenas em risco iminente.
Provamos à comissão do Governo Federal que nos últimos dez (10) anos as organizações dos fazendeiros já financiaram os pistoleiros que realizaram os ataques aos indígenas, os massacres indígenas, já assassinaram várias lideranças indígenas e continuam anunciando o financiamento do massacre e da dizimação dos povos indígenas.
Explicitamos que os recursos financeiros dos fazendeiros investidos contra as vidas dos indígenas procedem das próprias terras indígenas já reconhecidas pelo Governo Federal.
Os fazendeiros retiraram e produziram os recursos financeiros das terras indígenas para financiar milícia contra os indígenas.
Assim, nós lideranças da Aty Guasu relatamos e entregamos várias reivindicações e demandas urgentes à comissão do Governo Federal, as nossas demandas urgentes são destinados ao Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Ministro Joaquim Barbosa e à Presidenta da República do Brasil Dilma Rousseff.
Em primeiro lugar, demandamos com urgência ao Conselho Nacional da Justiça, o julgamento e condenação dos pistoleiros e fazendeiros contratantes dos pistoleiros.
Uma vez que todos os pistoleiros e financiadores das violências contra os indígenas não foram e nem são punidos e responsabilizados ainda pela justiça do Brasil.
Relatamos aos representantes do Governo Federal que aqui no Estado de Mato Grosso do Sul, existem terras indígenas tradicionais reconhecidas pelo governo federal em meados de 1980, 1990 e 2000 já declaradas como terras indígenas pelo Ministério da Justiça e o Presidente da República.
Mas até o momento (decorridos já mais de uma década de reconhecimento) nós indígenas não usufruímos das partes das nossas terras homologadas pelo presidente da República, mas os fazendeiros continuam os explorando e retirando recursos financeiros para investir contra os indígenas.
O Grupo de Trabalho da FUNAI fez paralisação do procedimento administrativo de demarcação das terras indígenas tradicionais.
Há a degradação ambiental dos territórios indígenas, há plantação de cana de açúcar e soja nas terras indígenas já declarados pelo governo federal que gera a fome e a miséria.
Destacamos na reunião, nós indígenas sofremos violências tanto pelos pistoleiros dos fazendeiros quanto pela decisão da justiça federal, que nenhuma decisão da justiça federal em MS não considera os nossos direitos, todas as decisões foram e são favoráveis aos fazendeiros.
Por isso há duas ordens de despejo judiciais contra as comunidades Guarani e Kaiowá do YVY KATU.
Justificamos que nós indígenas retomamos uma parte de nossas terras demarcadas após aguardar a décadas a decisão do governo e da justiça, porque as nossas crianças e idosos estão sofrendo e morrendo, estamos sendo massacrados, enganados e humilhados, por isso decidimos a realizar o movimento de retomada das terras tradicionais.
Narramos que há o impedimento dos indígenas para caçar, pescar e usufruir da mata nativa que resta na terra já declarada como indígena, mas ainda ocupada por fazendeiros.
Há a extração e comércio ilegal de madeira na mata nativa que resta na terra já declarada indígena.
Há o encurralamento e isolamentos das famílias indígenas, precariamente instaladas em barracos de lona em barranco à beira da rodovia.
Na rodovia, há atropelamento das lideranças, crianças e idosos e não há da existência de investigações e/ou conclusões a respeito.
Esse é resumo relatado aos representantes do Governo Federal no dia 29/11/2013.
Atenciosamente,
Tekoha Guasu, 29 de novembro de 2013.
Comissão das lideranças da assembleia geral Aty Guasu Guarani e Kaiowá.
Fonte: Por Márcio Santilli, no ISA
Nenhum comentário:
Postar um comentário