30 novembro 2013, Jornal de Angola
http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)
Isaquiel
Cori
Hoje é o último dia da I Feira do Livro
da CPLP que, desde o passado dia 22, está a proporcionar aos luandenses a
oportunidade de aquisição de mais livros para as suas estantes domésticas e de
contacto directo com autores dos países representados.
Aliás,
todas as classes profissionais envolvidas no circuito de criação, produção,
distribuição e conservação do livro tiveram a possibilidade de interagir com os
seus pares da CPLP.
O balanço oficial ainda está para ser feito, mas alguns participantes,
“Viemos para nos promover, conhecer pessoas e ter experiências. Mas, sobretudo, viemos para alcançar o nosso potencial de vendas e a procura de parcerias”, refere João Frazão, representante da Associação Académica da Universidade de Lisboa. “Somos uma associação estudantil com uma parte empresarial e trouxemos mais de 30 títulos das áreas do Direito, Economia e Ciência Política, a maioria de autoria de professores da nossa Universidade”.
Francisco Pereira, da Livraria Histórica e Ultramarina, especializada em expansão portuguesa, descobrimentos, colonização, descolonização, antropologia e cultura dos povos lusófonos, é um homem visivelmente contente: “Angola é um mercado que tem interesse para nós, sente-se aqui uma grande sede de conhecimento. Mesmo em Lisboa somos visitados por muitos angolanos ligados às áreas da Cultura e da Política”.
Diógenes Cardoso, director da Biblioteca Nacional da Guiné-Bissau, valoriza o ganho de experiência e o intercâmbio cultural, mas lamenta a fraca produção livreira do seu país. “Ainda temos muita coisa a fazer em prol do livro e da leitura pública. Temos papelarias que tentam desempenhar funções de livraria e não o conseguem e há também o facto de os autores produzirem muito, mas haver pouca edição, porque só temos duas editoras”.
O espaço de Cabo Verde, que apresenta um cuidadoso e primoroso acervo ilustrativo do desempenho das várias gerações literárias e da história cultural, dá aos visitantes um “bónus”: a possibilidade de adquirirem os CD de música clássica e de cantores novíssimos do país. “Trouxemos com os livros e os discos a literatura, a música e a cultura de Cabo Verde”, diz Maria Isabel Andrade, da Biblioteca Nacional do país de Amílcar Cabral.
“As pessoas vêm aqui e perguntam, querem saber mais sobre os escritores de Cabo Verde. Temos livros de Teixeira de Sousa, dos autores da Claridade, Germano Almeida, Mário Lúcio de Sousa, Filinto Elísio, José Lopes e outros”.
Merecedores de nota à parte são os livros de e sobre Amílcar Cabral, que, segundo Maria Isabel Andrade, estão a ser dos que mais suscitam a atenção dos visitantes, com realce para “O fazedor de utopias - Uma biografia de Amílcar Cabral”, do angolano António Tomás, com chancela da Spleen Edições. “O nosso objectivo ao vir era o de ter maior aproximação com Angola e os outros países da CPLP e é o que está a acontecer”, afirma a representante de Cabo Verde. A moçambicana Vera Vieira, que chefia a representação do Secretariado Executivo da CPLP na feira, salienta a “grande afluência de público” e a curiosidade das pessoas em “querer saber mais sobre o que a CPLP faz e as áreas em que trabalha”.
Sobre a próxima edição da Feira do Livro da CPLP, e a sua periodicidade, diz que “ainda nada está definido”, havendo, entretanto, a possibilidade de se esclarecer alguma coisa a esse respeito na reunião dos Pontos Focais da organização, a ter lugar nos dias 9 e 10 de Dezembro, em Lisboa. “Pelas conversas com editores e livreiros aqui presentes a opinião dominante é que o evento seja bienal, para que haja sempre títulos novos”.
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