quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Angola e Moçambique/APROXIMAÇÃO HISTÓRICA

10 de Novembro, 2015, Jornal de Angola http://jornaldeangola.sapo.ao (Angola)

Angola e Moçambique estão ligados por laços históricos de cooperação política, diplomática e económica, que são sempre reforçados com gestos recíprocos dos dois Estados, através de contactos entre entidades governamentais e instituições a todos os níveis.

Angola e os angolanos sentem-se honrados com a primeira visita de Estado do Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, para reforçar a cooperação política e económica, bem como assistir à cerimónia de comemoração dos 40 anos de Independência Nacional.

Angola e Moçambique possuem semelhanças na extensão da superfície territorial, fronteira marítima, recursos florestais, aquíferos e minerais, entre outros. Numa altura em que as tecnologias e os meios de deslocação transformaram as distâncias em meras referências no mapa, os angolanos e moçambicanos pretendem tirar  proveito dessas vantagens.

A presença do Presidente  de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, que cumpre uma visita de Estado desde domingo ao nosso país, acompanhado de  uma numerosa delegação,  representa
a abertura de uma nova página.  Acreditamos que esta realidade vai ficar  patente no cumprimento da agenda que inclui homenagem ao primeiro Presidente de Angola, participação na sessão extraordinária da Assembleia Nacional e no Fórum Económico.
 
Mas o ponto mais alto teve lugar com a audiência que o Presidente José Eduardo dos Santos concedeu ontem no Palácio da Cidade Alta, em que os dois estadistas avaliaram a cooperação bilateral, a política regional no quadro da SADC e mundial. Reafirmaram sobretudo o compromisso de reforçar os laços, trocar experiências e fazer uma aprendizagem mútua.

O passado comum que liga angolanos e moçambicanos contribuiu para edificar laços fortes e desde a  Luta de Libertação Nacional contra a potência colonial comum os vínculos se reforçaram cada vez mais.  Angolanos e moçambicanos caminharam e continuam a caminhar lado a lado para que o processo de integração ao nível da SADC se realize na dimensão como sonharam os precursores do processo de emancipação da sub-região e  como aspiram os povos. 
   
Numa altura em que os dois países consolidam a paz e estabilidade e se  lançam na luta para o desenvolvimento sustentável, os desafios passam essencialmente pela economia e pelas trocas comerciais. Embora os números sejam modestos, quando se trata das trocas bilaterais, não há dúvida de que o reforço do intercâmbio e das parcerias entre os empresários dos dois países contribuem para incrementar tais valores.
 
O Fórum Económico Angola-Moçambique, em que participou o Presidente moçambicano, foi uma oportunidade para que empresários dos dois países abordassem aspectos ligados ao investimento, indústria extractiva, agricultura, turismo, entre outras áreas. Atendendo aos últimos desenvolvimentos no sector petrolífero, em que as autoridades moçambicanas pretendem partilhar a experiência de Angola, acreditamos  que os dois países experimentam uma nova fase nesta área. 

Pretendemos a continuação destas e de outras iniciativas em que os operadores privados são chamados a ter uma palavra a dizer no quadro do relançamento da cooperação económica e comercial.
  
O Presidente angolano lembrou: “Data já de 1978 o Acordo Geral de Cooperação Económica, Científica, Técnica e Cultural, cuja implementação nos levou a criar uma Comissão de Cooperação bilateral, que tem vindo a reunir-se com alguma regularidade. Impõe-se, contudo, a necessidade de incrementarmos as nossas relações, em especial nos domínios institucional e empresarial, envolvendo os sectores público e privado.”

O Chefe do Estado de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, disse, em consonância com a posição defendida pelo Presidente José Eduardo dos Santos: “Na mesma senda, Angola pode contar com o nosso apoio e solidariedade na sua participação como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas e na presidência da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos (CIRGL).”

O líder da pátria de Eduardo Mondlane lançou um repto a ambas as delegações nos termos seguintes: “Desafiamos os nossos ministro e seus colaboradores para serem mais arrojados na procura de soluções sustentáveis e boas práticas de cooperação que permitam maximizar os nossos recursos humanos e materiais para o alcance do bem comum.”
 
Acreditamos que a presença de mais de 50 empresários de vários sectores de actividade do país nosso irmão Moçambique constitui uma demonstração do compromisso do Governo do Presidente Filipe Nyusi  de envolver os empresários e empreendedores. A distância geográfica vai passar a ser apenas mera referência no mapa quando se trata da aproximação, troca de experiências, cooperação e comércio.
 
Os factores ligados à aproximação histórica entre os dois povos e Estados, bem como a componente linguística,  falam muito alto na hora do reforço das parcerias e investimentos.

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