5 setembro 2011/Granma http://www.granma.cu/portugues
O ministério das Relações Exteriores de Cuba decidiu retirar seu pessoal diplomático da Líbia, pois a intervenção estrangeira e a agressão militar da OTAN agravaram o conflito e impediram ao povo líbio atingir uma solução negociada e pacífica, no pleno exercício de sua autodeterminação.
A República de Cuba não reconhece o Conselho Nacional de Transição nem nenhuma autoridade provisória e só dará seu reconhecimento a um governo que seja constituído, nesse país, de maneira legítima e sem intervenção estrangeira, mediante a decisão livre, soberana e única do irmão povo líbio.
O embaixador Víctor Ramírez Peña e o primeiro-secretário, Armando Pérez Suárez, acreditados em Trípoli, mantiveram uma conduta imaculada, apegada estritamente a sua condição de diplomatas, correram riscos e acompanharam o povo líbio nesta trágica situação. Foram testemunhas diretas dos bombardeios da OTAN a alvos civis e da morte de pessoas inocentes.
Com o burdo pretexto da proteção de civis, a OTAN assassinou milhares deles, fez ouvidos moucos das construtivas iniciativas da União Africana e de outros países e, inclusive, violou as resoluções questionáveis impostas pelo Conselho de Segurança, particularmente com o ataque a alvos civis, o financiamento e fornecimento de armamento a uma parte, assim como o desdobramento de pessoal operativo e diplomático no campo.
As Nações Unidas ignoraram o clamor da opinião pública internacional, em defesa da paz, e são cúmplices de uma guerra de conquista. Os fatos confirmam as advertências antecipadas do comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz e as oportunas denúncias de Cuba na ONU. Agora, conhece-se bem melhor para que serve a chamada "responsabilidade de proteger", nas mãos dos poderosos.
Cuba proclama que nada pode justificar o assassinato de pessoas inocentes.
O ministério das Relações Exteriores reclama o cessar imediato dos bombardeios da OTAN, que continuam ceifando vidas e reitera a urgência de que seja permitido ao povo líbio achar uma solução pacífica e negociada, sem intervenção estrangeira, no exercício do seu direito irrecusável à independência e à autodeterminação, à soberania sobre seus recursos naturais e à integridade territorial dessa irmã nação.
Cuba denuncia que a conduta da OTAN está enveredada a criar similares condições para uma intervenção na Síria e reclama o fim da ingerência estrangeira nesse país árabe. Faz um apelo à comunidade internacional para prevenir uma nova guerra, insta as Nações Unidas a cumprirem seu dever de salvaguardar a paz e respalda o direito do povo sírio à plena independência e autodeterminação.
Havana, 3 de setembro de 2011
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