quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O QUE ACONTECE REALMENTE NA VENEZUELA?

27 outubro 2016, Pátria Latina http://www.patrialatina.com.br (Brasil)


Fonte: Telesur


Por Juan Manuel Karg
Tradução do Diário Liberdade

 
A Venezuela é destaque em todos os meios de comunicação do mundo há alguns anos. Se com Hugo Chávez o país caribenho já era notícia permanente, após seu falecimento e com o recrudescimento das tentativas (legais e ilegais) de depor o chavismo do Palácio de Miraflores, está todos os dias na primeira página dos principais diários internacionais, com informações distorcidas e manipuladas em uma proporção crescente. A Venezuela se converteu, como era Cuba décadas atrás, no novo “palavrão” nas Relações Internacionais, com o objetivo escuso de forçar uma mudança após mais de quinze anos de chavismo naquele país, que termine de consolidar a direita regional após sua chegada aos governos de Argentina e Brasil (este último, via golpe parlamentar).


Quando a oposição a Maduro, reunida em torno da heterogênea MUD, conquistou a Assembleia Nacional em dezembro de 2015, prometeu que em seis meses acabaria com o governo do PSUV. Isso em palavras do próprio presidente da AN, o veterano dirigente Henry Ramos Allup. Nesses meses, também, se deu o momento mais grave da crise econômica que aquele país vive, com uma queda pronunciada dos preços internacionais do petróleo (variável que começa a mudar devido ao acordo entre os países da OPEP) e dificuldades crescentes no abastecimento de alimentos. O governo idealizou uma iniciativa que lhe permitiu driblar parcialmente o cenário adverso, ainda com notórias dificuldades: os CLAP, Conselhos Locais de Abastecimento e Produção, que se constituíram em uma ponte – tal como fazia Chávez com as Misiones em relação ao próprio Estado – frente à distribuição privada de alimentos, onde ainda hoje segue tendo destaque o estocamento.


Passaram-se três trimestres e a direita, que tem grande apoio externo e o alinhamento de diversos meios de comunicação na investida, não conseguiu conquistar Miraflores. Que fatores incidem em que não tenha alcançado seu objetivo? Diversos:


1.                  Diferentemente do Brasil, a MUD não controla o poder judiciário nem o vice-presidente do país. Tampouco as Forças Armadas. Uma fórmula “à Temer” é impensável.
 
2.                  O chavismo permeia como identidade de grande parte do povo venezuelano, mesmo em condições adversas. Inclusive com aqueles que pudessem estar “desiludidos” com o atual estado de coisas. A consultora opositora Datanálisis, em um recente levantamento, mostra que pelo menos cinco em cada dez venezuelanos seguem reivindicando o legado de Chávez.
 
A Hinterlaces, por outro lado, mostra que há uma progressiva recuperação do oficialismo diante das novas iniciativas econômicas.
 
3.                  A oposição segue mostrando duas tendências nítidas, em uma situação semelhante à vivida em 2014: um setor que busca o diálogo e outro que quer abertamente a ruptura, que exige “incendiar as ruas” novamente. Capriles, que pertencia ao primeiro grupos dois anos atrás, agora parece seguir uma linha mais confrontadora, parecida à que comandou em 2013, após o triunfo de Maduro. Essa alternativa, longe de ter sido enterrada após a vitória da MUD em dezembro, segue sobre a mesa e cresceu. Uns jogam a culpa nos outros de que Maduro tenha permanecido em Miraflores, e vice-versa. Os setores mais radicais, com Tintori e Machado à frente, buscam uma insurreição antichavista para a qual não parece haver condições objetivas a médio prazo, tal como ficou demonstrado acima.
 
4.                  O progressivo aumento nos preços internacionais do petróleo e uma melhora em indicadores como o risco país parecem demonstram que é possível uma melhoria após meses de profundas complexidades. Sobre esse primeiro ponto, o recente giro de Maduro por países da OPEP e não OPEP deixa um adiantamento de acordos que faria prever um crescimento de expectativas para o próximo ano.
 
Em conclusão, com o Natal e as férias se aproximando, parece distante uma iminente “derrocada institucional” como o que planeja certo setor da MUD. O referendo também parece distante, já que a direita deveria reunir novamente o um por cento de assinaturas nos cinco estados impugnados. No entanto, a estratégia de “incendiar as ruas” buscará ser legitimada novamente, sobretudo a partir do cenário internacional: as condições regionais – sobretudo Argentina e Brasil, por seus respectivos novos governos – são bem diferentes de 2014, quando as guarimbas tentaram derrubar Maduro. Mas a MUD deverá ter bem claro uma coisa: mesmo que conte com um indissimulável apoio externo, deverá primeiro construir condições de governabilidade internamente, algo impensável se pelo menos cinco a cada dez venezuelanos seguem reivindicando o legado de Hugo Chávez, tal como relatamos. No final das contas, pode-se tentar desgastar e deslegitimar um governo a distância, mas não se pode governar (e ser eleito previamente) somente com bombásticas declarações da OEA.
Leia também:
Oposição intensifica investidas contra Maduro; povo chavista vai às ruas
Urge desestabilizar a Venezuela

 

 

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Venezuela/Fuerza Armada respalda a Maduro ante ‘golpe parlamentario’

25 octubre 2016, Hispantv http://www.hispantv.com (Irán)

La Fuerza Armada Nacional Bolivariana (FANB) le reitera incondicional lealtad a Nicolás Maduro ante actos de los derechistas para dar un golpe de Estado en su contra.

Tras la decisión anticonstitucional de los diputados de la Asamblea Nacional (AN), de mayoría opositora, de aprobar el inicio del juicio político contra el presidente venezolano, el ministro de Defensa del país, Vladimir Padrino López, llamó el martes, en un comunicado, a los líderes opositores al diálogo, a la paz y respetar la Constitución del país.

Padrino López afirmó que el acto parlamentario constituye un mecanismo que promueve el “injerencismo” y “encarna un grave atentado contra la soberanía e independencia nacional” que sirve al imperialismo.

"Esta conducta sistemática no es más que un mecanismo subrepticio y perverso de promover el injerencismo o incluso la incursión de una potencia extranjera en territorio patrio, con el que aspiran en forma vil materializar sus oscuras ambiciones de poder", advirtió.
También mencionó que el verdadero propósito de esta medida es "afectar gravemente la institucionalidad mediante el caos y la anarquía", para “derrocar el Gobierno legítimamente establecido de Nicolás Maduro”.


La FANB hizo este pronunciamiento después de que la opositora Mesa de la Unidad Democrática (MUD), invitó a los efectivos castrenses a sumarse a planes para alterar el orden democrático.

En este sentido, el titular de la Defensa expresó el apoyo de la FANB a Maduro ante el “golpe de Estado” que pretenden los diputados derechistas efectuar en su contra y enfatizó su compromiso en garantizar la soberanía, deliberando sobre todo lo que atenta contra la Carta Magna, máxima ley de la República.  

"Le reiteramos nuestra incondicional lealtad y el inquebrantable compromiso de cumplir y hacer cumplir fielmente la Suprema Ley de la República", aseveró.

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