segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

DEFESA CONJUNTA: AS BASES MILITARES DOS ESTADOS UNIDOS NA AMÉRICA LATINA

1 dezembro 2012/Pátria Latina http://www.patrialatina.com.br (Brasil)

Anna Malm* -- Correspondente de Pátria Latina na Europa

As bases militares dos Estados Unidos na Colombia assim como todas as outras no território da América Latina, significam um perigo muito grande para a unidade e a segurança da América do Sul.

Os poderosos interesses americanos e da elite global, no tempo da consolidação das primeiras bases mencionadas acima, ou seja em 2009, já estavam novamente a perscrutar a América Latina com renovado interesse.

O fato é que forças muito reacionárias, que não deixam passar nenhuma oportunidade de submeter o continente latinoamericano a novas ameaças e riscos, unem-se aos acima mencionados interesses para conseguir seus privilégios pessoais. [1]

A consequência é séria já que esses interesses internacionais se organizam então para poder atacar de perto as organizações latinoamericanas que dão força internacional ao continente. Na linha de frente dos ataques então já se viu a ALBA, Aliança Bolivariana da América Latina e a UNASUR, União das Nações Sul Americanas. [1]

A União das Nações Sul Americanas- UNASUR, foi formada em 2008. Essa é uma organização de doze países latinoamericanos para defesa conjunta, desenvolvimento economico e projetos de infraestrutura. [2] [3]

A Aliança Bolivariana da América Latina- ALBA, foi formada em 2004 e organiza esforços conjuntos no continente nas áreas da saúde, educação, comunicação, assim como na do sistema bancário, comercial e economico.[2] [3]

Na América Latina uma força conjunta efetiva realiza-se através não só das organizações acima mencionadas como também das abaixo mencionadas no ponto [3]. Todas essas organizações são organizações que servem em primeira mão aos interesses do nosso continente, e não aos interesses económicos das elites globais.

A Alemanha de hoje, não se sujeita a maquinações dos interesses dos poderosos. Ela mesma é poderosa e vai e tira o que lhe pertence por direito, não dando a ninguém o direito de subjugá-la ou explorá-la. A sua força pessoal ela a substancia através da união européia, que é também em primeira mão, uma organização para assegurar os interesses económicos dos países europeus agregados.

Hugo Chavez faz muitos negócios com os Estados Unidos fornecendo aos norte-americanos uma boa porção do petróleo que necessitam, mas por conta disso não se subjuga, ou se deixa manipular. Muito pelo contrário. Compreendendo a significância política da agregação de forças ele as cultiva e defende, como todos deveríamos fazer.

O FMI, Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial estas são organizações que tendo sido criadas em 1947 para assegurar o concretizar e o mantimento da primacia americana e seus aliados na arena internacional, ainda hoje mantém esses objetivos intactos. O núcleo do Conselho de Segurança da ONU é prova disso, sendo como é uma relíquia do após-guerra de 1945. [4] Todos sabemos que uma reforma efetiva do modo de trabalho da ONU, e não só do Conselho de Segurança para que essa possa vir a corresponder as realidades de 2012, é simplesmente indispensável.

Assim como hoje se apresentam e nos seus aspectos mais básicos e centrais os EUA- FMI-ONU-OTAN-UE -Banco Mundial, com suas diversas ramificações assemelha-se a um bicho de sete cabeças onde não se sabe direito onde um acaba e a outra começa.

Sendo assim não é de estranhar que a ONU apresente o Banco Mundial como uma agencia especializada independente, pertencendo ao sistema das nações. Assegura-nos então, no mesmo fôlego, que é só “por costume” que as presidencias do FMI e do Banco Mundial são divididas entre a Europa e os Estados Unidos. Os EUA tendo então a presidencia do Banco Mundial e a Europa a do FMI.

Além ds bases norte- americanas na América Latina e no Caribe ainda temos que seria ainda mais negativo para a unidade do continente sulamericano se os Estados Unidos e as forças reacionárias conseguissem fazer do Brasil um govêrno subordinado aos seus interesses. Esse seria um cenário negativo não só para o Brasil, como também para a comunidade internacional.

Precisa-se de equilíbrio e além disso há o fato de que o Brasil tem o direito de poder fazer negócios com quem bem entender, em total liberdade se quizer fazer negócios com a China, a Rússia, ou a Alemanha ou outros, e não há - ou não deveria haver - quem pudesse proibir o Brasil de fazer negócios com a África, o Oriente Médio, ou com um país persa como o Irã.

Ressalta-se então a importancia do Irã como um enorme potencial de mercado de investimentos - com capacidade para muitos e muitos dividendos, e isso não só na área da energia, mas também como em muitas outras áreas chaves e relevantes.

Porque fecha-se essa grande fonte de investimentos para todos os concurrentes mundiais? Tem-se que compreender, que o Irã é a segunda maior fonte de energia do mundo. Segundo só a Arábia Saudita. Isso tem uma importância global imensa. Essa é uma realidade paupável, visível e real, não uma fantasmagoria atômica. Esse não é um risco a se evitar. Essa é uma oportunidade a não perder.

O Irã tem cerca de 75 milhões de habitantes. O Irã nos últimos cem anos nunca agrediu ninguém. Porque iria começar com isso agora? Por outro lado além de não ser agressivo, ao contrário de muitos outros, o Irã só poderia ser então uma ameaça económica a Arábia Saudita e as descabidas ambições de dominância imperial dos Estados Unidos, não só no Oriente Médio como também pelo mundo todo. Já é hora dos Estados Unidos começarem a ver a si mesmos como um país entre outros, danto a todos, inclusive a América Latina e ao Irã, o devido respeito.

Relacionado ao tema segue que o Brasil também deveria assegurar seus direitos de aderir ou apoiar as organizações que defendam os direitos dos países latinoamericanos e por extensão as dos brasileiros, e não se deixar iludir em caminhos ou opções nos fóruns interncaionais que sirvam – como de costume - só e exclusivamente aos interesses dos Estados Unidos e seus aliados.
 

REFERÊNCIAS E NOTAS:

[1] CHAVEZ: - BASES MILITARES AMERICANAS NA COLOMBIA:- GOLPE CONTRA A UNIDADE DA AMÉRICA DO SUL –

[CHAVEZ: U.S. MILITARY BASES IN COLOMBIA:- STAB AGAINST UNITY OF SOUTH AMERICA] [1]
http://www.globalresearch.ca/index.php?context=va&aid=17488 Global Research,

[2] Organizações Latinoamericanas. Nossa América – ALBA. www.patrialatina.com.br –

[3] Anna Malm, “Parcerias Militares:-Refrescando a Memória” - novembro 2012 - em www.bahnhof.se/224120

(Além da ALBA e da UNASUR, mencionadas acima, ainda há a MERCOSUR, que age dentro de um sistema de mercado e alfândega comum, há já vinte e um anos.

A CELAC –Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, mostra-se como alternativa a OEA –Organização dos Estados Americanos. A CELAC tem uma população de 600 miliões de habitantes, a ser comparada com a população do Brasil de aproximadamente 194 miliões de habitantes, ou com a população dos Estados Unidos de aproximadamente 313 miliões de habitantes.

Seiscentos milhões de habitantes da CELAC significa muito em termos de potencial humano e económico. Sendo o produto nacional bruto da CELAC de $6 triliões, a CELAC é indiscutivelmente uma força de muito peso na arena internacional.)

[4] Vikipédia – www.wikipedia.org

*Anna Malm- Licenciatura/Mestrado: Economia-Psicologia
Bacharelado: Ciência Política-Economia Nacional

Nenhum comentário: